“Não se trata de salvar
a vida de um policial ou de um traficante, e sim; de SALVAR a VIDA de um ser
humano. Ou será se a vida humana agora tem valor?”.
A cada dia o
que entro em certas redes sociais, sites, blogs e vejo a mídia sensacionalista
e hipócrita de nosso país... Acabo cada vez mais por concluir que os valores
humanos perderam todos os sentidos.
No programa
“Encontro”, da apresentadora Fátima Bernardes, da ultima Quinta-Feira, 17 de
novembro, uma matéria deu vazão ao lançamento do filme “SOB PRESSÃO”, que
mostra os dilemas de um médico de emergência de hospital público. Num
determinado momento do filme, um outro médico apresenta ao plantonista duas
situações: Um policial ferido, mas estável e um traficante ferido em estado
mais grave que do policial. Mesmo com a tendência de um dos médicos de que se
trate o policial levemente ferido; o médico plantonista opta por cuidar de quem
está morrendo, no caso o traficante gravemente ferido.
Fátima então
fez a mesma pergunta aos seus 08 (oito) convidados de seu programa: Em caráter
de emergência, quem salvar primeiro? Um traficante em estado grave ou um
policial levemente ferido?
Veja bem, a
pergunta era? Em caráter de emergência,
quem salvar primeiro? Um traficante em estado grave ou um policial levemente
ferido?
Sete dos
oito convidados escolheram salvar o traficante. Já no termino do programa
começaram ecoar por toda internet uma saraivada de criticas para os setes
convidados que escolheram salvar o traficante, inclusive a apresentadora que
nem se quer optou por uma das alternativas da referida enquete.
Ao decorrer de uma
semana, as críticas continuaram. E para a minha surpresa, a maioria optaria
pelo policial e deixaria “o traficante FDB pra lá”. Para a minha surpresa, já
que mais de 90 % dos brasileiros se consideram cristãos. CRISTÃOS!
Por incrível que pareça,
esse dilema é muito fácil de resolver. Eu nem diria, na verdade, que é um
dilema.
Simples, em duas
questões:
Primeiro:
salvaria quem estivesse gravemente ferido: fazer o bem sem olhar a quem. Ou
como dizia Jesus: Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não
fazem os publicanos igualmente assim? Ou será se os brasileiros viraram
publicanos?
Segundo: qual
a lógica de escolher o policial e deixar o traficante morrendo? Como saber se o
traficante é realmente traficante ou se o policial não é mais um envolvido na
milícia e que lucra com o tráfico de drogas?
Vi pessoas da área da
saúde, médicos, enfermeiros e tal, dizendo que salvaria o policial levemente
ferido. Um absurdo! Existe, claramente, um dever legal desses profissionais da
saúde de defenderem a saúde de qualquer um, sem preconceito ou ideologia.
Existe, aliás, um
parâmetro para definir quem ajudar primeiro: Emergência - Urgência. Um policial
levemente ferido ou um traficante gravemente ferido? A emergência é atender o
traficante.
Digo isso porque sou
comunista e odeio policiais? Pelo contrário, sou cristão e sempre serei, e, admiro
e defendo nossos policiais em qualquer lugar ou situação, desde que não vá
contra meus conceitos de cristão e ser humano. Nossos policiais são os heróis
que ninguém vê, trabalham sem condições, sem proteção, sem um salário digno,
com uma escala de trabalho desumana e cruel.
Como eu disse, é simples
demais. Deveríamos optar pelo policial gravemente ferido e não pelo traficante
levemente ferido. Ou pelo desconhecido gravemente ferido e não pelo conhecido
levemente ferido. É questão de bom senso e inteligência.
Então a resposta correta
ao dilema é:
O mais sensato é
escolher o mais ferido. O mais inteligente é, na hora de ajudar alguém, não
fazer acepção de pessoa. O triste é que, num país que se diz cristão, a gente
precise ainda ensinar o óbvio! O que vocês andam aprendendo nas igreja que
frequentam?
Essa coisa de que você
deveria optar pelo menos ferido, porque é policial, e deixar o mais ferido,
porque é traficante, é parte da ideologia de pessoas ou meios que quer jogar
mais lenha na fogueira em um país onde policiais e traficantes são vítimas do
mesmo inimigo: o Estado Moderno, esse comitê instituído para gerenciar os
interesses da burguesia.
O
fato é que as pessoas, se achando no direito de julgar a todos e a tudo, criam
polemicas em volta de questões simples. Não se trata de salvar a vida de um
traficante ou de um policial, mas apenas de salvar uma vida humana. Na enquete,
a urgência de atendimento era para o traficante. O policial estava levemente
ferido e não corria o risco de morrer. Os médicos devem ser imparciais e
atender a todos, sem distinções e sem julgamentos morais. Não cabe aos médicos,
a plateia de um programa, os usuários de redes sociais, de sites, blogs, a
mídia, os policiais e nem ninguém decidir que vida vale mais que outra.
Por
fim e enfim, a regra do bandido bom é o bandido morto, não se aplica todos... Depende
do bandido! A regra não se aplica ao playboy que revende drogas na faculdade, a
regra não aplica ao dono de carvoaria que usa o trabalho escravo, a regra não
se aplica ao empresário que sonega milhões, a regra não se aplica ao politico
corrupto que saqueia os cofres públicos, a regra não se aplica ao filhinho de
paia que, bêbado, atropela e mata um pai de família, um idoso, uma criança. A
regra do bandido bom é o bandido morto só se aplica aos pobres e favelados.
Por:
Cleudon França.
Registro
Fotográfico: Google Imagens.
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