ANTÔNIO SOUZA VALE - SEU TÔFO! |
Chegamos então nosso 5º (quinto)
Artigo sobre as grandes personalidades thaumaturguenses do passado e do
presente – de ontem e de hoje! E esse quinto artigo faz uma homenagem a um
velho seringueiro que passou boa parte de sua vida dentro da mata bruta e os
rios da ultima fronteira brasileira...Antônio Souza Vale – Seu Tôfo!
Ele viu o Distrito e a Vila Thaumaturgo
surgir e, posterior presenciou também o nascimento do Município de Marechal Thaumaturgo
sediado nas terras do antigo Seringal Minas Gerias, terras que ele conheceu
muito bem.
Teve uma vida de lutas e dificuldades. Cortou seringa
por 18 (dezoito), tirou madeira para vender, fez borracha, comprou borracha e
vendeu borracha... Viveu os anos de ouro da borracha e também seus anos de
decadência. Conheceu e viveu com boa parte dos povos indígenas locais,e também
com indignas peruanos. Presenciou conflitos e mortes entre índios e brancos das
duas nacionalidades.
Criou seus sete filhos com muito
sacrifício e muito se orgulha de nunca ter passado fome, de nunca ter dependido
de um programa social para sustentá-los.Em 22 de julho de 2015 o velho
seringueiro sofre seu maior baque... Perde sua companheira de vida – Dona
Eunice Nascimento Oliveira, com quem dividiu dezenas de anos de sua vida, e, a
qual em breve será protagonista de um dos artigos da série.
Se aventuremos então na história do
homenageado desse artigo – o quinto de nossa série;Antônio Souza do Vale – Seu
Tôfo! O velho seringueiro que teve quase toda uma vida vivida dentro da mata
bruta entre os rios do Alto Juruá. O Thaumaturguense que viveu nossa jovem
municipalidade nascer de tantas lutas e de tanto suor derramado.
Mas uma vez, volto a lembrar que a
intenção desses artigos não é fazer uma biografia dos nossos homenageados. A
intenção é falar do ser lado humano, de seus feitos, das suas vivencias, das
suas memórias e de suas contribuições indireta ou direta para a formação da
sociedade que ora vivemos e residimos.
SEU
TÔFO: O SERINGUEIRO QUE VIVEU QUASE TODA UMA VIDA EM MEIO A MATA BRUTA E ENTRE
OS RIOS DO ALTO JURUÁ!
“Thaumaturgo é o lugar que eu não
troco por lugar nenhum do mundo... É aonde quero ficar até os últimos dias da
minha vida, com minha família e meus amigos”.
Os cabelos brancos e o jeito brincalhão de seu Tôfo revelam
um homem feliz, apesar de toda uma vida de sacrifícios, de quem passou quase
duas décadas pelas estradas dos seringais cortando seringa e mais outros tantos
anos de lutas, pelos varadouros das matas, tirando madeira no muque, no
machado, puxando e rolando paras margens dos rios e igarapés os troncos raros e
gigantescos.
Foi nessa lida que seu Tôfo criou seus setes filhos e viu
nascer uma cidade no seio da floresta Amazônia. Aliais, nem era uma cidade
ainda, pois segundo ele mesmo, tinha dez ou doze casas.
Sim, ele viu nascer uma cidade, uma cidade da qual ele é o
patriarca, uma cidade com patente de Marechal, Marechal que ele bate
continência até hoje. Uma cidade que ele não arreda o pé. “É pequena mais é
minha cidade”!
E é nesse pedaço de terra, abençoado por Deus que todos
moradores prestam reverência ao velho seringueiro, ao homem que é símbolo de
uma história, de uma história que ainda estar por concretizar, que ainda estar
por ser escrita, para fazer jus aos que, como seu Tôfo, fincaram a bandeira
verde e amarela numa parte da floresta amazônica que se tornou brasileira.
Quem vê o sorriso de seu Tôfo sabe que ali existe uma alma
cheia de alegria pela vida, apesar das tempestades e das tormentas que já
passou, dos percas e perdas que já sofreu... O que fazem dele com certeza, uma
grande e ilustre personalidade thaumaturguense, do passado e do presente – de
ontem e de hoje!
Por: Cleudon França.
Registro Fotográfico: Arquivo Cleudon
França.
Fonte Pesquisada:Livro Brava
Gente Acreana – Volume 01.
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