sexta-feira, 25 de novembro de 2016

KAMBÔ: A VACINA DO SAPO

“A Vacina do sapo Kambô ou Kampu é uma prática antiga com fins medicinal, muito difundida entre os povos indígenas do Brasil e do Peru”.
Kambô: A Vacina do Sapo
A Vacina do Kambô ou Kampu é aplicada com fins tradicional e na ciência: o uso tradicional, aplicada pelos povos indígenas visa tirar a panema com a caça e com as mulheres. Já na ciência é usado no tratamento da dor, da isquemia, de infecções, do câncer, AIDS, melhora na imunidade, Parkinson's, depressão e etc.
O sapo verde de nome cientifico Phyllomedusa Bicolor é a maior espécie do gênero da família Hylidae, que ocorre na Amazônia. Pode ser encontrado em quase todos os países amazônicos, como as Guianas, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil. Principalmente no período das chuvas, sob árvores próximas aos igarapés. Onde coaxam por toda noite, anunciando chuva no dia seguinte. Mas, é na madrugada, que são "colhidos" a fim de retirarem sua secreção cutânea, para fazer a “vacina do sapo”.

USO TRADICIONAL

Tomar a vacina do sapo é uma prática antiga com fins medicinais, muito difundida entre os povos indígenas do Brasil e do Peru. A finalidade mais procurada é “tirar a panema”, ou seja, afastar a má sorte na caça e com as mulheres. 
Existem variações nos rituais e nomes dados ao sapo verde. Na história antiga do povo indigena Kaxinawá, o sapo Kampu (nome utilizado pelo povo Kaxinawá) era o chefe do “nixi pëi”, bebida preparada com o cipó Banisteriopsis Caapi. Já o povo indigena Katukina, nunca matam um sapo Kambô, pois dizem que poderão ser picados por cobra, pois seu veneno é retirado do sapo Kambô.
Para o povo Ashaninka, quando o sapo wapapatsi canta perto da casa, o dono tem que apanhá-lo, queimar os pulsos e dormir. Bem cedo, tem de preparar um mingau bem forte e bater nas costas do sapo, para ele soltar o veneno que será passado sobre a pele. Entretanto, o remédio somente terá resultado, se o caçador seguir as regras.
A vacina do sapo é considerada um remédio para muitos males pelas populações tradicionais do vale do Juruá, curando desde amarelão até dores em geral. Hoje, a vacina do sapo é utilizada também por seringueiros e vem sendo aplicada por alguns curandeiros nas cidades de Cruzeiro do Sul e Rio Branco, ambas as cidades do estado Acre.

APLICAÇÃO DA VACINA

O curandeiro guarda a secreção da rã (sapo Kambô) numa espátula de madeira aplicando pequenas queimaduras na pele com um pedaço de cipó em brasa aplicando a secreção na queimadura.
O efeito da vacina do sapo é curto, porém muito forte: ”uma forte onda de calor, que sobe pelo corpo até a cabeça. A dilatação dos vasos sanguíneos parece provocar uma circulação mais veloz do sangue, deixando o rosto vermelho e, seguida fica pálido, a pressão baixa, podendo provocar náuseas, vomito e/ou diarréia. Durando cerca de 15 minutos. Sensação desagradável, que aos poucos retorna a normalidade, e a pessoa se sente mais leve, como se tivesse feito uma boa limpeza, causando uma maior disposição”.

PESQUISA CIENTÍFICA

Pesquisas científicas vem sendo realizadas sobre as propriedades da secreção de phyllomedusa bicolor desde da década 80 ou antes. O primeiro a “descobrir” as propriedades da secreção para a ciência moderna foi um grupo de pesquisadores italianos. Amostras das rãs foram levadas do Peru para um pesquisador nos EUA. Pesquisador este, que já tinha pesquisado e patenteado anteriormente substancias da râ Epipedobates tricolor, utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas de Equador.
Também foram publicadas pesquisas sobre as propriedades da secreção por pesquisadores franceses e israelitas. Mais recente, a Universidade de Kentucky (EUA) está pesquisando (e patenteando) uma das substâncias encontradas na secreção do sapo em colaboração com a empresa farmacêutica Zymogenetics.

RESULTADOS SURPREENDENTES

As pesquisas revelaram que a secreção do phyllomedusa bicolor contém uma serie de substancias altamente eficazes, sendo as principais a dermorfina e a deltorfina, pertencentes ao grupo dos peptídeos.
Estes dois peptídeos eram desconhecidos antes das pesquisas de phyllomedusa bicolor. Dermorfina é um potente analgésico e deltorfina pode ser aplicada no tratamento da Ischemia. (um tipo de falta de circulação sanguínea e falta de oxigênio, que pode causar derrames).
As substâncias da secreção do Sapo Kambô também possuem propriedades antibióticas e de fortalecimento do sistema imunológico e ainda revelaram grande poder no tratamento do mal de Parkinson, Aids, câncer, depressão e outras doenças. 
Deltorfina e Dermorfina hoje estão sendo produzidos de forma sintética e os laboratórios podem adquirir-las através de compra on-line.

PREOCUPAÇÃO DOS POVOS TRADICIONAIS

Existe uma crescente preocupação dos povos da floresta, em especifico os povos indígenas com o aproveitamento do conhecimento e dos recursos biológicos, que eles utilizam tradicionalmente, por parte de grandes empresas.
Esta preocupação foi articulada, entre outros, no II Encontro Interinstitucional dos Povos da Floresta do Vale do Juruá Acreano, em abril/Maio 2003. A preocupação com o patenteamento da vacina do Sapo Kambô foi principalmente instigada com uma matéria do Globo Repórter, exibido em 02/2002. Desde enquanto, representantes indígenas da região solicitam que seja averiguado este caso.
Segue abaixo o registro fotográfico do Sapo Kambô, modo de aplicação e retirada:











Por: Cleudon França.

Informações e Registro Fotográfico: Rede Social (Facebook) Deputado Estadual Dr. Jenilson Leite, e, Google Wikipédia e Google Imagens.

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