terça-feira, 29 de novembro de 2016

GEDEÃO CAVALCANTE: UMA VIDA REGIDA PELA MELODIA DA MÚSICA E PELOS VERSOS DA POESIA.

“José Gedeão da Silva Cavalcante: não nasceu em terras Thaumaturguenses, mas a amou, poetizou e musicalizou como sua terra natal... Como seu berço, seu canto e seu recanto”.

GEDEÃO CAVALCANTE - MAIOR ARTISTA DE NOSSA CIDADE E UM DOS MAIORES DE NOSSA REGIÃO E DE NOSSO ESTADO


Hoje, dia 29 de Novembro desse ano que se finda (2016), faz-se 02 (dois) anos que partiu para a vida eterna José Gedeão da Silva Cavalcante; o maior artista de nossa cidade... Um dos maiores artista de nossa região e de nosso estado! O acreano que mais escreveu sobre Marechal Thaumaturgo - em poemas, versos, prosas poéticas e músicas.
O maior compositor, escritor e poeta de Marechal Thaumaturgo nos deixou fisicamente, porém não espiritualmente; nas mentes, nas lembranças e nos corações de milhares de Thaumaturguenses ele continua vivo... Eternamente vivo!
Levou em seu adeus uma história de vida de um profissional dedicado e competente, e, um artista consagrado. Deixou como legado músicas, poemas, prosas e versos que cantam e poetizam o lugar que escolheu para viver e morrer.
Falar de Gedeão Cavalcante é falar de sentimentos, de bondade, de simplicidade... É falar de paixão pela música e pelas palavras. É falar de um “Thaumaturguense” que não nasceu em Marechal Thaumaturgo, mas que se transformou de corpo e alma em cidadão Thaumaturguense.

BIOGRAFIA


José Gedeão da Silva Cavalcante nasceu no Seringal Mato Grosso no Município de Tarauacá, estado do Acre, no dia 14 de Março do ano 1959, filho do Sr. Raimundo Pinheiro Cavalcante e de Dona Maria Ideuzuite da Silva Cavalcante. Teve 11 (onze) irmãos.
Aos 12 anos de idade se muda para a zona urbana do município que nascera. Na então municipalidade trabalhou em embarcação fluvial, foi empreiteiro, trabalhou em fazendas, foi professor. Morou fora do Acre (Alagoas e Olinda) aonde trabalhou como noteiro.
Nesse período, se casa pela primeira vez, aonde tem o seu primeiro filho, porém é obrigado a se mudar para Nazaré para trabalhar como contador. Na referida cidade se casa pela segunda vez, tendo mais um filho. Sua companheira falece, trazendo dias de tristezas para nosso escritor, poeta e compositor.
Se muda para Marechal Thaumaturgo no ano de 1982, aonde vai morar no Rio Tejo. Se casa novamente – dessa união nasce três filhos. Casamento que chega ao fim seis anos depois. Com o passar dos anos, se casa com sua ultima companheira, com quem teve mais três filhos.
Em seu adeus a vida terrena, deixou órfão de seu carinho e de seu eterno amor 08 (oito) filhos: Helane Maria Costa Cavalcante, Elinne Maria Costa Cavalcante e José Gedeão da Silva Cavalcante Junior (filhos de seu ultimo enlace matrimonial com Maria de Jesus Costa Cavalcante), e, Frank José da Silva Cavalcante, Mary Jordeane da Silva Cavalcante, Fernando José da Silva Cavalcante, Fredson Freire da Silva e José Dolmã dos Santos Cavalcante, filhos dos primeiros casamentos.
Já morando na zona urbana de Marechal Thaumaturgo foi nomeado oficial de serviços Judiciários em Tabelionato (Registro Civil). Registrou centenas de Thaumaturguenses nas suas viagens a trabalho para o Rio Tejo, Vila Restauração e Vila Foz Breu. Foi servidor também da Secretaria Municipal de Educação Cultura e Desportos nos primeiros anos de emancipação de Marechal Thaumaturgo. Depois foi lotado na Secretaria de Municipal de Saúde aonde prestou serviços e se decepcionou com as condições de trabalho.
No ano de 2004 foi eleito o segundo vereador mais bem votado das eleições municipais daquele ano. Foi eleito membro do Poder Legislativo Municipal de 2004 pelo o Partido Social Brasileiro (PSB). Função que deixou de exercer após ser convidado para ser Secretário Municipal de Meio Ambiente na Gestão do Ex-Prefeito Itamar de Sá. Também trabalhou na casa sede do Poder Legislativo Municipal de Marechal Thaumaturgo no serviço de registro de atas. Ao deixar de ser servidor público municipal trabalhou como protético e dentista.

O ARTISTA E SUAS INSPIRAÇÕES

José Gedeão da Silva Cavalcante levou em seu adeus, uma história de vida que muitos Thaumaturguenses tiveram a oportunidade de viver e conviver com ele, e, que o tempo jamais apagará... Levou seu violão, levou a bandeira de Marechal Thaumaturgo e levou a coletânea do seu ídolo na música e na vida, Teixerinha.
Suas maiores paixões eram a música e a poesia. Suas inspirações estavam na cidade que nasceu, na cidade que escolheu para viver, na família que gerou e que amou, nos sentimentos – amizade, tristeza, amor, desilusão; na natureza, nos lugares e nas aventuras que viveu e vivenciou.
Tinha conceitos tradicionais, mas era um cidadão de “mente aberta” e de opiniões flexíveis, presava pela hospitalidade para com os seus visitantes, e sua simpatia era fortalecida na elegância de seus traços poéticos e humorados.
Na música seus maiores ídolos eram Teixerinha e Gildo Freitas. O seu mais doce sonho era conhecer seu ídolo Teixerinha e vê-lo cantar com Mary; sonho que realizou em 1975 em Rio Branco em um show de ambos na Capital do Estado. Encontro que só aumentou sua paixão e inspiração em compor músicas e escrever poesias.

COMPOSIÇÕES, POEMAS, CORDÉIS E PROSAS POÉTICAS.


Sua obra é extensa e numerosa! Sua vida artística é composta por letras de músicas, poesias, prosas poéticas, textos de homenagens, textos infantis e cordéis.
O Site Recanto das Letras contém 210 (duzentos e dez) obras publicadas, sendo 01 (um) cordel, 01 (um) teoria literária, 02 (dois) textos infantis, 12 (doze) textos de homenagens, 52 (cinquenta e dois) letras de músicas, 60 (sessenta) poesias e 82 (oitenta e dois) prosas poética.
Seus textos de Homenagens (12 publicados) têm como referência ou inspiração amizade, mulher, netos e beleza. Destacam-se os textos: Dia da Mulher, Ana Clara, Lembrança de Amigo, O Dom Que Me Inspira, A Turma da Tarde e Miss Thaumaturgo.
Já as suas composições – letras musicais (52 publicadas) têm inspiração à cidade de Marechal Thaumaturgo, Personalidades Antigas de Marechal Thaumaturgo, Seringueiros, seu Pai e sua Mãe, Filhos, Natureza, Vida, Solidão, sua Cidade Natal (Tarauacá), e o próprio estado Acre. Destacam-se como suas mais marcantes e conhecidas composições: Pai Adorado, Manoel Araújo, Nos Braços da Solidão, Homenagens aos Seringais, Parabéns Elinne, A Natureza é Vida, As Volta da Vida, Parabéns Teixerinha, Mãe, Voltando a Minha Cidade, Filha, Minha Cidade, Papai Partiu Para o Céu, Como se Criou o Acre, Nova Homenagem a Marechal Thaumaturgo, Meu Filho Meu Anjo, É Grande Solidão, Mãe, Que Saudade, Nossas Lembranças, Faces Molhadas, Dona Zoraida Partiu, Voltas da Vida, Dois Tauras do Rio Grande do Sul, A Pracinha, A Minha Avó, dentre outras.
Quanto as suas obras poéticas – Poesias (60 publicadas) sua inspiração vem da própria cidade de Marechal Thaumaturgo, Despedida, Região, Amizade, Dedicatórias, Família, Solidão, Esperança, Desilusão, Natureza, Família, Educação, Tristeza e Amor. Nessa área destacam-se como suas mais marcantes e conhecidas Poesias: O Pranto Ninguém Segura, vai Ser Triste a Solidão, Se Essas Flores Falassem, O Amor e a Família, É Verdade Mamãezinha, Despedida das Aulas, Despedida da Escola, A Família, Meu Amigo Meu Violão, São Lembranças de Você, Estudar, Grande Mãe, Ao Meu Neto David, Obrigado Minha Filha, Onde Eu Vivo, Mãe Adorada, Momentos Tristes, Tributo a Um amigo, dentre outras.
Sua obra mais numerosa em publicações no site dantes mencionado (Recanto das Letras) se refere as suas Prosas Poéticas (82 Publicadas). Nesse contexto, sua inspiração, assim como nas demais áreas (Musicas e Poesias) vem da própria cidade de Marechal Thaumaturgo, Locais Públicos de M. Thaumaturgo, Amigos, Filhos, Netos, Personalidades Mundiais – Locais e Regionais, Artes, Educação, Liberdade, Festivas, Povos Indígenas, Sentimentos, Cultura, Erros, Preconceito, dentre muitas outras. Nesse contexto, ou nessa área se destacam-se como suas mais marcantes e conhecidas Poesias: A Nossa Praça, Renato Mota, Hó  Liberdade, O Amor, A Politica, Diferença do Amor, Por Lembrança, Cidadania Politica, Agradeço a Professora,  A Galera de Cruzeiro do Sul, Beleza, Saudação ao Professor, Agradeço as Crianças, A João Delles de Menezes, Filho Cresce e Se Vai, Livros Bíblicos, A Menina do Interior, o Índio, Preconceito, Aceitarei a Morte, Adeus Orleir, Michael Schumacher, Anderson Silva, A Minha História, O Poeta, Nossa Cultura, Índios e Brancos, Bela Thaumaturgo, Nelson Mandela, História de Um Filho, Grande Mãe,  dentre outras.

O LEGADO DE GEDEÃO CAVALCANTE


José Gedeão da Silva Cavalcante é um daqueles poucos iluminados que se sobrepôs a morte.  Um daqueles poucos seres humanos, tão humano que viverá além de seu tempo... Além das partículas e lacunas do tempo!
Pelo que viveu, pelo que fez, pelo que compôs, pelo que poetizou, pelo que lutou, pelo que defendeu e pelo que sonhou... Gedeão Cavalcante é o próprio legado de um município que ajudou idealizar e emancipar! Gedeão Cavalcante se tornou o Senhor de sua história e de seu tempo!
Toda vez que o Hino de Marechal Thaumaturgo for entoado e cantado, toda vez que um professor falar em sua aula de história sobre as grandes personalidades Thaumaturguenses, toda vez que alguém em uma determinada roda de conversa falar dos artistas locais, toda vez que a bandeira de Marechal Thaumaturgo for hasteada, toda vez que o nome Marechal Thaumaturgo for citado por referência de beleza, de arte, de encanto, de acolhimento, de hospitalidade; Gedeão Cavalcante estará lá, vivo nas mentes e nos corações de muitos, de tantos e de milhares! Vivo nas suas obras, nas suas músicas, nos seus versos e nos seus poemas...
Por fim... A vida, o trabalho, a obra (Poemas, Músicas e Versos) de Gedeão Cavalcante fazem dele o maior poeta e compositor de nossa municipalidade. É um legado que se eternizará ao longo de muitas gerações... De muitos e muitos anos!

GEDEÃO CAVALCANTE POR GEDEÃO CAVALCANTE


A prosa poética a seguir foi inscrita pelo próprio Gedeão Cavalcante, e, tem como titulo “A Minha História”.
É a história de sua vida! Do lugar aonde nasceu, das aventuras que vivenciou e viveu! Dos momentos difíceis e das dificuldades que passou. Dos sonhos que realizou e dos filhos que tanto amou. É uma grande e exemplar história de vida, narrada nos traços da poesia e na melodia da música, com a veracidade de quem as viveu intensamente e humanamente.
É também a história dos lugares que viveu. Das inúmeras profissões que exerceu. Traz um ponto de vista critico das ultimas administrações do Município de Marechal Thaumaturgo nos últimos anos. Narra seu descontentamento e decepção com a política local – cheia de chefões, como leões perto de carniça.
Prosa Poética findada com a frase: “Ao Depois de Ficar Velho, Quero Ter paz e Não Glória”. Mas a Glória não pode ser negada aos grandes homens, aos seus grandes feitos e ao seu grande legado!

MINHA HISTÓRIA – PROSA POÉTICA

De Maria Ideusuite, e Raimundo Cavalcante,
No Seringal Mato Grosso, o casal era habitante,
Nascia uma criancinha naquele lugar distante.

Essa criança era eu, o Gedeão Cavalcante,
Cresci como outros meninos, sem nada de importante,
Amante da natureza e, do mundo fascinante.

Naquele tempo, meu pai, era simples caçador,
Trabalhava na lavoura, por ser um agricultor,
Caçando para levar carne, e vender ao seu valor.

Passados já muitos anos, fomos para Redenção,
Seringal muito bonito, morava no barracão,
Depois meu pai foi abrir, já outra colocação.

O nome colocação, hoje é comunidade,
Guarda-livros, é contador, dada a personalidade,
Mas, tudo mudou de nome, com muita facilidade.

E, eu, por ser muito ágil, a minha parte eu fazia,
Logo aprendei fazer coisas, parece até que sabia,
Que ia morar distante, da vida que ali vivia.

Meu velho pai que caçava, era também pescador,
Com vários equipamentos, era sempre o meu senhor,
Que ia morar distante, da vida que ali vivia.

Meu velho pai que caçava, era também pescador,
Com vários equipamentos, era sempre o meu senhor,
Eu sempre estava com ele, por ser um trabalhador.

Dinheiro daquele tempo, era somente a borracha,
O Ouro preto, chamado, todos queriam uma taxa,
Outros produtos vendidos, a produção era baixa.

Os seringueiros melhores, mandavam até no patrão,
Fazendo muita borracha, durante todo o verão,
O saldo que eles tiravam, gastavam no barracão.

Bebendo e comendo bem, sem se importar com mais nada,
Só em maior iam pro centro, pra roçar a estrada,
Os utensílios na casa, ninguém não mexia em nada.

Grandes apostas eram feitas, prêmios eram colocados,
Calças de Naycron, espingardas, relógio valorizados,
E, pra fazer mais borracha, seringueiros empenhados.

Naquela época meu pai, também era contador,
Conhecido guarda-livros, trabalhou pro meu avô,
Ganhando pouco dinheiro, a família sustentou.

Vivia com meus irmãos; Raimundo, Carlos e Marisa,
Marluce, Socorro e Fátima, lindas igualmente a brisa,
Manoel e Terezinha, que recordar não precisa.

Ainda tinha a Marli, e a Maricie, que morreu,
O Tomaz, que em criança, esse também faleceu,
E, completando a família, o papai, mamãe e eu.

Veja como era difícil, a família sustentar,
Quando tinha muita carne, vinha a farinha a faltar,
Faltava roupa e calçados, e o remédio para curar.

Aparecia doenças, que nem os médicos conheciam,
O sarampo e a malária, família inteira abatiam,
Com gripe e febre amarela, muita gente falecia.

Eu mesmo sou um milagre, ou dele o que me restou,
Paralisia infantil, pelas tantas, me pegou,
Sou quase cego e sou surdo, o que muito me custou.

Fiquei bom graças a Deus, mas, fiquei com a sequela,
Peguei caxumba e sarampo, colite e febre amarela,
Fui feliz, não sei por que, consegui escapar dela.

Minha família foi vitima, das mazelas que sofria,
Quando escapava de uma, outra lhe aparecia,
Sem remissão, sem remédio, não sei como não morria.

Acho que naquele tempo, Deus para a terra espiava,
E, quando a gente sofria, ele sempre auxiliava,
Por haver pessoas honestas, que em Deus acreditava.

Cada vez que adoeci, tive sempre um braço forte,
A minha mamãe querida, não me entregava para a morte,
A força do seu amor livrava e dava mais sorte.

Com muitas dificuldades, que só sabem quem viveu,
Aquela época era dura, pior coisa aconteceu,
Eu sai de casa e fui, viver o destino meu.

Com apenas 12 anos, pelo mundo me mandei,
Nem pensava em meu futuro, muito e muito trabalhei,
Mas, sem ter onde viver, eu nem sequer estudei.

Fui para Tarauacá, vindo lá do interior,
A grande sociedade, não gosta de agricultor,
Só come o que ele produz, mas, não lhe dar o seu valor.

Eu tinha um tal de cunhado, chamado Edgar,
Que muitas mulheres, e vivia a viajar,
Conhecia os ribeirinhos do Rio Tarauacá.

Disse para mim, vá comer na minha casa,
Desde ao café ao jantar, minha casa é sua casa,
Pensei comigo, é agora que minha fome se arrasa.

Eu chagando fui chamado, pra primeira refeição,
Uma cozinha bem grande, e o lugar da refeição,
Era caldo, prato e carnes, espalhadas pelo chão.

Muitas redes e mosquiteiros, espalhados por igual,
A comida era insossa, não tinha óleo e nem sal,
Ele disse: é sempre assim, este é o meu ideal!

Tenho aqui muitos doentes, e velhos sem remissão,
É difícil se fazer, pra cada um uma refeição,
Pois eles estão de dietas, para sua salvação.

Se faz a comida insossa, sem óleo, sem sal, sem nada,
Na hora de se comer, ela não estava preparada,
Mas, tenho o óleo e o sal, para nós não falta nada.

Aqui tem velhos doentes, e, todos sem remissão,
Estando na minha casa, eles tem a refeição,
Mas, cada a um a seu modo, não dá a preparação.

A comida é sempre igual, não é bom mas, é fartura.
Os meus amigos doentes, eu abraço com ternura,
Pois sei que assim como eles, também vou pra sepultura.

Se ele mesmo se agachou, ali junto da panela,
Pois dois pedaços de carne jogou óleo em cima dela,
Disse: com farinha e óleo, passa bem pela goela.

Agradeci a comida, e fui cumprir minha sina,
Ele me deu trabalho, pra carregar gasolina,
Que na época, vinha em latas, para ser guardada em cantina.

Terminado o meu trabalho, ali, não quis mais voltar,
Fiquei na minha miséria, sem ter onde trabalhar,
Fui fazer uma viagem, com um irmão do Edgar.

Era um senhor muito sério, João Chico, se chamava,
Que me arrumou serviço; quando eu menos esperava,
Indo para Eirunepé, em transporte viajava.

Já na primeira viagem, minha vida melhorou.
Chegando a Eirunepé, o sujeito me pagou,
Uma soma de dinheiro, que quase me assustou.

Foram vinte e cinco cruzeiros, que disse que me devia,
Por cada viagem nossa, falou que eu merecia,
Para mim era coisa nova, e o que mais eu queria.

Fizemos outra viagem, eu já tinha meu conforto,
Comprava peixe salgado, depois vendia no porto.
Era um negócio da China, já vi que não estava morto.

Depois de muito pensar, resolvi ser empreiteiro,
Fui para fazenda, com outro meu companheiro.
Fomos trabalhar no campo, ganhando nosso dinheiro.

Nesta fazenda encontrei coisa boa e coisa mau,
A fazenda pertencia, ao Sr. Altevir Leal.
Que eleito Senador foi morar na Capital.

Era um senhor muito rico, do que tinha na sabia,
Batelões, lanchas, navios, tudo a ele pertencia.
Muitos seringais e terras, esse senhor pertencia.

Trabalhei por algum tempo, depois virei professor,
Fui lecionar o Mobral, na casa de outro senhor.
Era o Juarez Meleiro, esse que me agasalhou.

Lecionei por quatros anos, sendo eu menor de idade,
Nesse tempo as leis só viam, a sua necessidade,
Só quem sabia, votava, na nossa sociedade.

Sabendo ler um pouquinho, era o bastante o saber,
Eu aumentei a idade, par um titulo merecer.
Fui visto com outros olhos, pelos homens do poder.

Depois abandonei tudo, e parei de lecionar,
Deixe a minha morada e, fui para outro lugar.
E o dinheiro que eu ganhava, nas farras ia gastar.

Fui morar lá em Atenas perto de Tamandaré,
Morava com minha irmã, uma bonita mulher,
Depois fui para o Jardim, pertinho de Sumaré.

Daí, fomos para Olinda, lugar bom de se morar,
Toda beleza do mundo, foi para aquele lugar,
Até hoje ainda sinto, vontade de lá voltar.

Assim, passando os lugares, fui para em Alagoas,
Lugar de muitos trabalhos, também de muitas pessoas,
Apesar de tudo era, de amizades bem boas.

Eu fui para cortar seringa, mas, como eu tinha saber,
O patrão me colocou, em um balcão, para atender,
Depois eu fui ser noteiro, ganhando para viver.

Conheci todos os fregueses, nesse cargo de noteiro,
Fiz amizades com eles, passei a ser comboieiro,
Pelos ramais conhecia, do seringal o roteiro.

Fui ganhando confiança, fui morar no barracão,
O gerente, meu amigo, no lugar do meu patrão.
Que era bem conhecido, de nome Ribamar Cão.

Nesse tempo eu conheci, a mãe de um filho meu,
Era a nossa professora, me paquerar resolveu.
E poucos tempos depois, nosso filhinho nasceu.

Eu fui para o Nazaré, trabalhar de contador,
Eu sendo gerente fui, agradar ao meu senhor,
Daí ela foi embora, mas, o filho, me deixou.

A mãe dela me pediu, para deixar o filho meu,
Por que não suportaria, se afastar do neto seu,
Ninguém pensou no meu peito, o golpe que recebeu.

Porém, solteiro e sozinho, o que eu ia fazer,
Tinha um filho para criar, mas, ele iria sofrer,
Com o filho eu não podia, nem buscar o que comer.

Sofrendo por tudo isso, deixei meu filho com ela,
A vontade era de ir, esganar sua goela,
Mas, tinha que respeitar, a grande vontade dela.

Me ajuntei novamente, com uma moça que tinha,
Lá onde eu era gerente, era bastante novinha,
E para morar comigo, com pouco tempo ela vinha.

Passamos um tempo juntos, mais um filho nasceu,
Minha alegria foi tanta, pelo que aconteceu,
Mas, pouco tempo depois, a mãe dele faleceu.

Aí, a coisa foi triste, pois eu sozinho fiquei,
Antes eu era o gerente, do seringal me afastei,
Com meu filhinho nos braços, outro caminho tomei.

Em casa onde vivi, jamais podia ficar,
Vivendo sem companhia, é muito triste lembrar,
Nem mesmo a nossa comida, não podia procurar.

Só com um não de vida, meu filho só se arrastava,
Quando ficava de pé, na parede segurava,
Quando eu ia pegar água, nos meus braços o levava.

Foi aí que resolvi, arrasar meu coração,
Dei meu filho a minha mãe, por não ter mais condição,
De ficar juntinho dele, pra minha consolação.

Por que a morte não vem, quando se precisa dela?
Por que se eu tivesse morto, iria junto com ela,
E o meu grande sofrimento, eu trocaria com ela.

Mas, a morte tem seu dia, e a gente a nossa hora,
Logo depois desse dia, eu resolvi ir embora,
Se eu tivesse morrido, não tinha o que tenho agora.

Fui morar do Rio Tejo, distante do meu rincão,
No ano de 82, eu tive a ocasião,
De outra vez me casar, e, esquecer a solidão.

Desse novo casamento, três filhos nosso nasceu,
Tivemos felicidades, mas, o céu escureceu,
Seis anos de bom amor, em um dia se perdeu.

Ao separarmos, voltei, de novo a viver sozinho,
A filha com quatro anos, dois anos, meu filhinho,
Precisando trabalhar, sem rumo, no meu caminho.

Depois de vagar seis anos, com os meus filhos ao meu lado,
Segui outro caminho, tentei viver sossegado,
Arranjei uma mulher, com quem hoje sou casado.

É um anjo, a minha prenda, em formato de mulher,
Ajudou criar os meus filhos, com amor e muita fé,
Devo a ela minha vida, hoje não sou qualquer.

É paciente e sincera, não me deixa andar errado,
Até em horas difíceis, ela está sempre ao meu lado,
Hoje eu agradeço a Deus, por, ter a ela encontrado.

Não tive oportunidades, não consegui estudar,
Mas, aprendi muitas coisas, ler, escrever e contar,
E, como era inteligente, menino, fui trabalhar.

No tempo que eu era moço, sempre vivia a cantar,
As músicas da gauchada, quando eu podia arranjar,
No radio, de madrugada, antes do pai levantar.

Teixerinha e Gildo Freitas, me dedicava a cantar,
Ficava horas e horas, quando eu podia escutar,
Queria ter esses discos, mas, não podia comprar.

Tinha um senhor, regatão, que se chamava Edgar,
Ele tinha uma Eletrola, deixava o disco rodar,
Deixava com minha irmã, quando ia trabalhar.

Era um sonho realizado, quando eu ficava sozinho,
Quando as pilhas eram boas, eu ouvia com carinho,
Depois quando ia as festas, eu cantava direitinho.

O maior doce dos sonhos; conhecer Teixerinha,
Vê-lo cantar com Mary, essa esperança eu tinha,
Ter os discos e uma Eletrola, poder chamar de minha.

No ano setenta e cinco, ele voltava a Rio Branco,
Cantou no aeroporto, com aquele sorriso franco,
Trouxe e cantou a modinha, do titulo, Adeus Rio Branco.

Naquele dia em Rio Branco, se esperava o cantor,
Que vinha cantar na posse, do novo governador,
Deixaram tudo e seguiram, pra receber o cantor.

E, foi muito interessante, na hora que ele chegou,
Pois até mesmo o Palácio, esse povo abandonou,
Carros, motos em passeata, para o aeroporto rumou.

Em um avião pequeno, um DC-3, bimotor,
Havendo gente demais, a guarnição alertou;
Fiquem dentro do avião, que o povo se aglomerou.

O Teixerinha e a Mary, ficaram no avião,
Esperando a segurança, controlar a situação,
E, logo que eles saíram, já cantaram uma canção.

A música Abre a Sanfona, foi a primeira de três,
Ver e ouvi-lo cantar, aquela foi minha vez,
Rainha e rei da emoção, cantando ali, pra vocês.

Cada dia que passava, era aminha inspiração,
E, poucos tempos depois, escrevi uma canção,
Daí foi ficando fácil praticar essa emoção...

Eu, mesmo não tendo estudo, muita coisa eu aprendi,
Além de cortar seringa, velha vida que vivi,
Fui contador, “guarda livros” ainda sendo guri.

Da vida de seringueiro, só resta mesmo a lembrança,
De outras coisas que fiz, só a pobreza me cansa,
Mas, de recordar meus feitos, inda me resta esperança.

Já morando em Thaumaturgo, depois de Restauração,
Fui nomeado oficial, daquela jurisdição,
Saindo, fui trabalhar no setor de educação.

Eu fiz algo diferente, quando era oficial,
A maior parte do tempo passava no seringal,
Tentando fazer registro, de todo esse pessoal.

Entrando no Rio Tejo, fui para Restauração,
Registrei muitas pessoas, tive essa satisfação,
Fazendo registro e títulos, para a próxima eleição.

Subi o Rio Juruá, junto com o promotor,
Eu era o oficial, com muito orgulho e amor,
Da Villa à Foz do Rio Breu, nossa visita marcou.

Exonerado do posto, fui trabalhar na saúde,
Já tinha feito alguns cursos, por essa razão eu pude,
Mas, era bastante triste, pois esse trabalho ilude.

De passo em passo, cheguei, diversas ocasiões,
Pensar que eu poderia, disputar as eleições,
Mas, nunca quis ser contrário, ao querer de meus chefões.

Me tornei muito querido, dessa parte da nação,
O respeito das pessoas, foi minha dedicação,
Assim, em 2004, disputei uma eleição.

Eleito vereador, pensava ser uma glória,
A emoção foi bem grande, quando vi minha vitória,
Depois vi ser diferente, quando se vive a história.

Ao deixar de ser politico, volteio para a vida minha,
Fui trabalhar de protético, morava lá na pracinha,
Mas muita gente invejava, aquela vida que eu tinha.

Adquiri uma terra, do Governo Federal,
Um lote de assentamento, aqui no mesmo local,
As terras que antes eram, pertencentes ao seringal.

Consegui com muita luta, pois naquela ocasião,
Eu era funcionário, na administração,
Sai do estado e fui, trabalhar na educação.

Eleições 2007, outro prefeito ganhava,
Randson Almeida, eleito, ali já me afastava,
Eu fiquei sem meu trabalho, o que jamais desejava.

Dois anos depois daquilo, o prefeito foi cassado,
Depois de muitos processos, o mesmo foi condenado,
Um rei cheio de orgulho, agora ali, algemado...

Dai, o vice assumia, a cadeira de prefeito,
Prometendo ajeitar tudo, bem antes do outro pleito,
Cada vez piorou mais, ficando tudo sem jeito.

De tudo o que prometeu, indicava a sua fama,
Dizendo está recebendo, as ruas cheias de grama,
Foi pior, deixou as ruas, todas cobertas de lama.

Em tempo das eleições, ele por muito tentou,
Deu emprego a muita gente, mas, de nada adiantou,
Inda hoje se envergonha da surra que ele levou.

Transcorridas as eleições, a coisa foi para valer,
O povo votou em massa, no candidato do PT,
Foi quase oitenta por cento, pro candidato vencer.

Eu afastei-me um pouquinho, da minha história real,
Por que queria falar, de quem queria o meu mau,
Quem ditava as ordens hoje, num instantes se deu mal.

Eu continuo vivendo, no meu viver sossegado,
Porém desta prefeitura, eu continuo afastado,
Mas, achei até bom, pois vivo mais sossegado.

Hoje os trabalhos em casa é a melhor solução,
A esperança que eu tinha, foram todas pelo chão,
Esse mandato de agora, é grande decepção.

A prefeitura hoje em dia, está cheia de chefões,
Lá, a gente é maltratada, acho exagerações,
Compara-se a uma carniça, rodeada de leões.

Mas, isto já não importa, eu já tendo o meu escudo,
Trabalhei, cumpri a sina, e, agora, perdi tudo,
Nem mesmo aquele trabalho, sou igual a um cego e mudo.

Minhas razões são banais, ninguém vai querer me ouvir,
Faz parte da minha história, por isso é que escrevi,
Até mesmo os meus amigos, nem sequer vem mais aqui.

A gente vale o que tem, ou mesmo aquilo que é,
Quando não se tem dinheiro, não vale nem um café,
Sem açúcar, fraco e frio, bebido numa cuité.

Esse é o preço de quem se recusa a vir roubar,
Ou recostar-se a um muro, para seu saco puxar,
Até seus filhos, na escola, fica difícil estudar.

As escolas são entregues, para as feras sanguinárias,
Puxa-saco do prefeito, ou mesmo da secretária (o),
Que a língua corta as pessoas, pior que bico de arara.

Os filhos de puxa-saco, de maior são empregados,
Menores podem mexer, com quem tiver ao seu lado,
Vão sempre encontrar razão, e os atos justificados.

Os filhos de quem não puxa saco, é igual pingo de cola,
Aonde bota o pezinho, tudo ao redor se enrola.
Se quiser ir ao banheiro, é expulso da escola.

Eu contei para vocês, quase toda minha história,
Muitas coisas esqueci, por não ter boa memória,
Ao depois de ficar velho, quero ter paz e não glória.
Gedeão Cavalcante

Segue abaixo algumas de suas composições, poesias, prosas poéticas e textos de homenagens. Algumas, conhecidas do publico thaumaturguense, como a música “Bela Thaumaturgo” sempre integrada aos cronogramas das atividades tradicionais de Marechal Thaumaturgo, e, a qual é um dos maiores patrimônios imaterial da então municipalidade.

BELA THAUMATURGO – LETRA DE MÚSICA

Meu acre querido como Deus lhe fez o melhor do Brasil.
O céu cor de anil, e, as verdes florestas quanta beleza.
Nas águas que corre nos rios dessa terra são abençoadas.
E as matas que vivem sombreando as estradas. São presentes dados pela natureza.

E tuas cidades que muitos artistas cantando falaram.
Em versos bonitos que elogiaram... 
Esqueceram um lindo pedaço de chão.
Busquei na memória as novas cidades que muito conheço.
Lá aonde repouso e me faço de berço... És tu Thaumaturgo do meu coração!

Bela Thaumaturgo tu és a raiz de Cruzeiro do Sul.
Brasil e Peru cortando estados se faz a fronteira.
Esse Rio Amônia que vem do Peru e desce o meu Brasil.
Águas cristalinas brilham cor de anil, molhando coxilhas e formando cachoeiras!

Bela Thaumaturgo novo município, coração humano...
Abençoado pedaço do solo acreano.
Meu coração vibra ao ver tanta beleza.
Florestas Fechadas, terra abençoada, gente hospitaleira.
Tradição da pátria, nação brasileira. Meu povo te ama por tua beleza!

MINHA CIDADE – LETRA DE MÚSICA

Minha cidade é a mais linda do mundo,
Em um segundo, fico deslumbrado nela,
Minha morada é humilde e pequenina,
Mas, me fascina e sou feliz morando nela.
Lá no meu rancho me levanto bem cedinho,
E, com carinho, sempre escuto a natureza,
Cheiro de relva onde o gado se alimenta,
O sol esquenta aquela fonte de beleza.

Cá na cidade pouca coisa me aborrece,
Quando amanhece, logo que clareia o dia,
Motos e carros vão passando acelerado,
E, eu sossegado, venço mais aquele dia.
A tardezinha eu lembro do meu ranchinho,
Os passarinhos num dueto é bom demais,
Os verdes campos é a água cristalina,
Lindas campinas e bezerros nos currais.

Verdes coxilhas de encanto é só beleza,
A natureza presenteou meu coração,
Deus abençoe este tão bonito pago,
Que esbanje afago, alegria e gratidão.
Antigamente, quando aqui era só mata,
Lá nas cascatas, águas claras igual platina,
Hoje o encanto vem surgindo do arvoredo,
Este é o segredo que muito mais me fascina.

HOMENAGEM AOS SERINGUEIROS – LETRA DE MÚSICA

Minha gente, estou chegando, correndo do alto pro brejo,
Vejo esse povo reunido, garanto até que eu invejo,
Viver junto dessa gente, Deus me deu privilégio,
De chegar aqui primeiro,
Para saudar o seringueiro,
Da Bacia do Rio Tejo.

Quantas vezes lá na mata, preso naquele degredo,
Vencendo fome e cansaço, subindo alto rochedo,
Hoje, estão todos contentes, pois descobriram o segredo,
De encontrar alegria,
Liderando a Ecologia,
Junto ao Mauro e o Macêdo.

Chico Mendes e Macêdo, fizeram traços iguais,
Em defesa deste povo, dos altos dos seringais,
Onde a pobreza daninha, leva a todos por iguais,
Peço a Deus felicidade,
Para toda humanidade,
Que moram nestes locais.

Que este povo presente, faça bonita união,
Daqui vou me despedindo, chorando de emoção,
Recebem esta homenagem, deste acreano teu irmão,
Minha plateia querida,
Recebam por despedida,
Um abraço do Gedeão.

MEU AMIGO, MEU VIOLÃO – POEMA


Vou escrever uma décima, do fundo do coração,
Eu vou falar um pouquinho, do meu amigo violão.
Que sempre fica calado, na minha desilusão,
Às vezes choro e reclamo, e é nele que derramo,
As mágoas da solidão.

Meu violão é tão simples, mas, tem o som de qualidade,
Atendendo os meus anseios, quando há necessidade.
Se vou cantando uma rima, ele chora com vontade,
Este violão eu ganhei, no dia que completei,
Quarente anos de idade.

Já fazia muito tempo, que eu não pegava em violão,
Já não sabia mais como, dedilhar uma canção.
Não pensava em cantar mais, nem fazer composição,
Quando o meu filho adorado, me trouxe o inesperado;
Presente de um violão.

Naquela hora eu notei, meu coração bem contente,
Inda abraçado ao meu filho, segurei meu presente.
Logo fiz uma canção, agradecendo o presente,
De novo fiquei calado, e jamais tive afastado.
Do que me faz tão contente...

MAMÃE – POEMA

Chamei a Deus nas alturas, pedindo a felicidade,
Me deste uma criatura, que é um anjo de bondade,
É minha mamãe querida, luz, paz, amor e verdade.

Neste mundo de meu Deus, tudo bonito se faz,
São benditos, os filhos seus, na convivência dos pais,
A segurança da mãe, do céu, recebe os sinais.

Bendita mamãe, que Deus te proteja, Recebes de Deus, aquilo que almeja.
Mãezinha tu és o meu coração, sem ti não suporto minha solidão.

Te dou minha vida, em troca do amor, mãezinha querida, meu raio esplendor.
Carinhos de mãe, é mel, é doçura, mãe é a mais bela de todas as criaturas.

Abraço-te, mãezinha, te peço a benção, pois vive juntinha do meu coração.
Comparo-te às vezes, as coisas divinas, conservas as fontes de águas cristalinas.
Do céu, as estrelas, o mundo seduz, te tenho mãezinha, dou graça a Jesus.

ACEITAREI A MORTE – PROSA POÉTICA

Eu, aceitarei a morte, assim como aceito a vida.
Sou brando, calmo e sincero. Embora tenha caída.
Depois, sorrindo ou chorando, enfrento nova corrida.

As lidas de nossa vida, quem controla é a gente.
Uns morrendo, outros nascendo. Mas, todos seguindo em frente.
Erros, pecados e vícios; só quem pratica é quem sente.

Trago comigo a certeza: das quedas levantarei!
Dos vícios vou esquecendo, e, os erros consertarei.
De uma coisa eu não me livro; sei que em breve morrerei.


É muito difícil dizer; eu não gosto de você.
Ou, de ti, quero distância. Isto é coisa de querer.
Mas, ninguém diz para a morte, que não precisa morrer.

O MANPINGUARI – CORDEL

Sendo lenda ou sendo mito, o Manpinguari, existe,
Na região amazônica, o povo indígena, insiste,
Que com um olho na testa, nenhum caçador resiste.

Andando floresta adentro, derruba até arvoredo,
Nem os povos da floresta, descobriram o seu segredo,
E, todo ser desta terra, do Manpinguari tem medo.

Com casca de tartaruga, ou couro de jacaré,
Com a boca no umbigo, dentes de coati mundé,
Rastro de mão de pilão, pois é redondo o seu pé.

Seu grito eco na mata, como o pior dos horrores,
Assombra todo o vivente, até bravos caçadores,
Quem enfrenta, ou perde a vida, ou sempre irá sentir dores.

Seu pelo é igual arame, seu dedos, como grilhões,
É forte como um gigante, divide as opiniões,
Vivendo entre os viventes, assombrando multidões.


No Rio Tarauacá, no Seringal Joaci,
Dizem que apareceu, por lá um Manpinguari,
Que ficou reconhecido, como o bicho do Joaci.

Este fato aconteceu, há muitos anos atrás,
Lá pelos anos 60, o povo nem lembra mais,
Mas, antes era o assunto, da gente dos seringais.

O fato é que, dia a dia, a história me inspira,
Nem fiz questão de saber, se é verdade ou mentira,
Mesmo não sendo verdade, uma conquista se tira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falar do maior artista de nossa terra não é fácil e nem simples, mas é prazeroso e motivo de muito orgulho. É uma grande missão! Pois falar de Gedeão Cavalcante é falar de sentimentos puros e verdadeiros, da terra que nasceu e da terra que escolheu para viver, é falar de laços familiares fortes e marcantes.
Há alguns dias atrás, ao publicar, neste mesmo blog; um artigo sobre a história de Marechal Thaumaturgo, tinha a consciência de que faltava um tópico, um capítulo: as grandes personalidades Thaumaturguense. Até tinha começado a escrever, mas me deparei com algumas dificuldades em minhas pesquisas. E achei por melhor publicar o referido artigo sobre a história de nossa querida municipalidade, sem o então tópico ou capítulo.
Porém, acabei sendo “cobrado” por um amigo sobre a ausência do referido tópico ou capitulo – que referenciasse as grandes personalidades/artista de nosso município.  O que me fez acreditar mais ainda que eu tinha que escrever o tópico ou o capitulo faltado – a começar pelo maior escritor, compositor e poeta de nossa querida e amada cidade de Marechal Thaumaturgo.
Lancei-me ao gigantesco desafio e cheguei ao então resultado. Pra mim foi algo desafiador e inovador, pois jamais tinha me lançado ao desafio de escrever algo com caráter de Biografia, e, ainda por cima, falando do maior artista de nossa terra.
Para mim, esse artigo é uma pequena e singela homenagem a esse grande homem, grande profissional e grande artista que tanto musicalizou e poetizou nossa cidade.  Que a fez conhecida em todo nosso estado, região e até de nossa nação.
A data de hoje é triste (29 de novembro), pois lembra a partida de nosso artista, de nosso herói humano. Mas é motivo também de alegria, por termos o privilégio de termos convivido e vivido ao seu lado, desfrutado de sua alegria, de sua simplicidade, de sua solidariedade e de sua inteligência.
Deixou seu nome para sempre na história de M. Thaumaturgo através de sua obra. Suas composições e suas poesias os manterão sempre vivo e presente na memória e nos corações de todos nós, de todos os thaumaturguenses que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Segue abaixo registro fotográfico de nosso artista, em momentos com a família (filhos, netos e esposa) e em momentos diversos:
 












Por: Cleudon França.
Informações: Site Recanto das Letras.

Registro Fotográfico: Arquivo Cleudon França e Redes Sociais.

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