“Eu aprendi que nenhum amor dura para sempre... Dura o tempo necessário
que deve durar. Alguns acontecem em dias, outros em semanas, alguns permanecem
por meses, e tem aquele que parece que não irá durar nem meia hora, mas quando
nos damos conta ele já está completando anos. Alguns desses amores deixam
marcas boas e ruins também, e apenas um dele você irá querer viver novamente”.
Por amor a gente fica quando o
abraço nos acolhe, quando o outro se importa com a nossa presença e faz questão
de estar sempre por perto. Por amor a gente fica quando, mesmo com tantos
tombos, mesmo com tantos erros, o outro não quer partir. Mesmo com todo o lema
do desapego o outro quer se apegar e acha graça nisso.
Por amor a gente fica quando o
telefone toca só pra saber se você está bem. Quando você abre o seu livro e lá
está um bilhete com poucas palavras te desejando uma boa semana, quando você vê
as mensagens no celular e lá está um bom dia.
Por amor a gente fica quando a
tempestade vem e o outro quer se abrigar em nós, quando o vendaval passa e o
sentimento permanece forte. A gente fica quando as coisas não vão bem e o
outro se importa com isso, conta uma piada sem graça como quem quer tirar um
riso teu. Por amor a gente fica quando tentamos remar contra a maré, que é o
nosso medo, e desistimos no primeiro beijo, na primeira vez que o perfume fica
na roupa depois daquele abraço. Por amor a gente fica quando o domingo torna-se
saudade e a sexta-feira reencontro. A gente fica quando sente ser
verdadeiro, quando sente paz. Quando sabe que o outro está disposto a ser
morada e fazer morada em nós. Sem desculpas, sem justificativas, sem mentiras.
Mas, por amor a gente vai, por amor
a nós decidimos partir. Por amor a nós deixamos de insistir no que insiste em
não ser, em quem não quer ficar. Por amor, a gente vai depois do choro, depois
das palavras que machucaram e das desculpas que nos cansaram.
A gente vai quando o outro não
vê a nossa alma bonita, quando persiste em reparar em coisas fúteis e criticar
por qualquer motivo. Quando o outro quer um amor passageiro, enquanto você quer
de janeiro a janeiro. Por amor a gente vai quando o outro quer fazer joguinhos
achando ser charme enquanto você já sabe o que quer. Quando o outro gosta de
voltas e você só quer olhar para frente. Quando o outro quer pausas e
retrocessos e você quer avanço.
Por amor a gente vai quando começa
a se culpar e se achar problema, quando achamos ter algo de errado com nós. Por
amor, a gente vai quando o outro não soma em nossas vidas, mas nos diminui com
a sua indiferença persistente. Quando não nos olha, não repara, não se importa.
Quando somos opção e não prioridade. Quando a desculpa do tempo, do cansaço,
dos inúmeros compromissos tornam-se diários. Quando você não tem espaço algum
na vida do outro. E então, por amor a nós, decidimos partir, não como quem
desiste do amor, mas como quem sabe que isso não é amor.
E então, justamente por amor a nós
mesmos, decidimos partir depois de tanto insistir, depois de querer tanto fazer
dar certo. Mesmo depois dos raros bons momentos e das esperanças que brotaram
em nosso coração. Decidimos ir como quem não pretende voltar, mas ao mesmo
tempo surge o terrível medo de olhar para trás.
No fundo a gente sabe que não vale a
pena permanecer, que o outro não é morada. No fundo a gente sabe que apego não
é amor e que insistir no que nos faz mal é falta de amor próprio. Então, por
amor decidimos ir, pela saudade do nosso riso sincero escondido, pela saudade
de sorrir com a alma e não apenas com os lábios, de sentir o nosso coração
feliz. Por amor deixamos partir o que nunca fez questão de ficar.
Que por amor você possa sempre
ficar... E que ficando você possa ser feliz!
Uma ótima semana a todos!
"Que as razões para ficar sejam maiores que os motivos de partir"! |
Cleudon
França
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