“As boas pessoas levam pó de estrelas nos bolsos
para fazer o impossível pelos outros, para dar alegrias e felicidade, mas às
vezes dar tudo em troca de nada dói, e são muitas as cicatrizes que nos esforçamos
para esconder”.
Ilustração do Pequeno Príncipe |
Há cicatrizes que a pessoa se esforça para
esconder, porque lembrar delas dói e até humilha, porque nos levam de volta a
esse momento em que demos tudo por alguém, e só recebemos vazios ou traição.
As boas pessoas não são fracas nem ingênuas, as
boas pessoas só entendem a linguagem do respeito e o carinho que sabe de
humildade e altruísmo. Talvez por isso nunca se encaixem em um mundo cheio de
egoísmo e fugacidade, de emoções que não duram e promessas que se quebram de um
dia para o outro.
O mundo nem sempre é como nós desejaríamos, nem
como o sentimos em nosso coração. Há dissonâncias e sentimentos desafinados.
Por isso, temos que nos habituar também ao caos, e principalmente, aprender a
dizer “chega” quando for necessário, quando a nossa autoestima fica vulnerada.
As boas pessoas são muito mais do que mostram.
Escondem batalhas que só elas conhecem, silenciam palavras e amarguras seladas
com sorrisos amáveis porque não desejam aparentar fraqueza, ou dirigir aos
outros os seus lamentos. São humildes e carregam os seus próprios pesos em
rancor.
As boas pessoas escutam sem julgar, falam sem
ofender e observam sem desprezar. Três valores simples que esperam que os
outros também cumpram, mas nem sempre é assim.
Na hora de definir essa bondade que não sabe
definir limites, e que às vezes acaba sendo ferida, citamos as seguintes
características:
Há pessoas que entendem a sua felicidade dando tudo
pelos outros. Atendem e se preocupam de um modo muito profundo por tudo aquilo
que faça parte do seu círculo social, e além dele. São muito sensíveis também
“à dor do mundo”, às desigualdades, ao sofrimento alheio.
Esta sensibilidade faz com que às vezes realizem
ações que outros não entendem: fazer favores às pessoas que quase não conhecem,
ou levar o seu altruísmo a situações pouco usuais.
As boas pessoas raramente dizem “não” a algo, e não
é porque não tenham personalidade ou não sejam assertivas. É porque, do fundo
do seu coração, não hesitam em investir tempo e esforços nas pessoas que o pedem.
Para as boas pessoas não há felicidade maior que
dar alegrias aos outros, que ver sorrisos e sentir-se útil, ver que o que fazem
é significativo e enriquecedor.
O principal problema de tudo isso é que são capazes
de dar tudo até ficarem vazias de forças, fôlego e energia. E o fazem tão
frequentemente que o resto do mundo dá por certo que não precisam de nada, que
sempre estão dispostos, e que por trás de seus sorrisos há mais sorrisos… No
entanto, nem sempre é assim.
Porque por trás de seus rostos despertos e amáveis,
há cicatrizes. Vazios de quem às vezes abusou da sua bondade por egoísmo, de
quem viu só os favores, o amor que não pedia nada e o carinho que não se acaba,
mas não a pessoa que estava por trás.
As boas pessoas podem e devem saber dizer “chega”
no momento adequado, porque às vezes os outros as desfiam dia a dia até
deixá-las nuas de autoestima, de valores e integridade. Não permita isso, não
se deixe levar até a borda do abismo.
Ser bom não significa que você possa me utilizar
para os seus propósitos, nem partir o meu coração transparente com as suas
flechas interesseiras. Ser bom é dar a oportunidade de crescer comigo, de me
oferecer reciprocidade e caminhar de mãos dadas por caminhos de confiança onde
ninguém é melhor do que ninguém.
Na verdade, não é nada fácil impor limites ou dizer
basta quando levamos metade da vida cedendo e dando mais do que a nossa alma
nos permitia. No entanto, devemos ter isso claro: não somos de ferro nem o
nosso coração uma rocha. Somos de carne e de emoções, essas que muitas vezes
são danificadas e fragmentadas.
Se você é capaz de dar carinho e dedicação aos
outros, deve ser capaz também de entender quem merece os seus esforços e quem
não.
Ninguém é egoísta por priorizar-se um pouco todo
dia, por dizer “não” a quem não o leva em conta e faz com que você se sinta
alguém que não é. Porque quem o manipula com as redes do egoísmo não o aprecia
e nem respeita.
Dar felicidade, atenção e alegrias aos outros é o
valor mais nobre que existe, esse mesmo que o define. Não permita que os outros
façam você se arrepender do é e do que sente. Trata-se apenas de definir
limites, de cultivar também a sua própria felicidade para poder compartilhá-la
com os outros.
A vida é muito curta para investi-la em quem não a
merece, em quem lhe traz pesares e lágrimas. Porque as boas pessoas só entendem
uma linguagem: o da alegria e o carinho sincero.
Coragem, mais uma semana se inicia... Força, Foco e Fé! Uma Ótima Semana
a Todos os Leitores e Amigos!
Ilustração de o Pequeno Príncipe |
By Cleudon França
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