Um vírus que teve origem no outro lado do planeta
(China), que meses depois ganhou o mundo, sendo classificado pela a OMS como pandemia.
Chegou ao nosso país, depois ao nosso estado e agora, por último, ao nosso
querido município de Marechal Thaumaturgo.
Um vírus que desconhece fronteiras, limites, idade,
gênero, raça, religião.... Um vírus que propaga na velocidade do vento – tendo
como hospede e transmissor nós mesmos.... Vírus que chegou aos quatro cantos
desse planeta que chamamos de terra. Um vírus, que nuca foi e nunca será apenas
uma “gripezinha”; ele mata e, mata muitos! Leva sonhos, esperanças, vidas...
Mesmo com todos os cuidados do poder público
municipal e profissionais da saúde, os quais desde início seguiram as
recomendações da Organização Mundial da Saúde, o vírus conhecido pela
denominação científica de COVID-19 ultrapassou as fronteiras de nosso
município, chegando a nossa cidade que até o final da tarde da última
terça-feira, 12/05, já registra 03 (três) casos positivos.
Uma realidade que transformou radicalmente a nossa
cidade. Hoje, 12/05, ao ir e vim do trabalho, em turnos diferentes puder registar
uma rotina totalmente diferente da que conhecemos: ruas totalmente vazias em
pleno horário de pico, casas fechadas, uma grande quantidade de pessoas se
dirigindo para zona rural, comércio e órgãos públicos parados, sem aglomeração
pessoas.
Em uma cidade conhecida pela alegria e
hospitalidade de seu povo; poucos sorrisos de quem ainda se encontrava na rua,
rostos preocupados e tensos. A hospitalidade dar espaço a precaução: algumas
comunidades ribeirinhas começam a proibir entradas de pessoas de fora. Na sede,
as sirenes das ambulâncias aumentam a tensão, e preocupam ainda mais – a
qualquer momento podem surgir novos casos.
O nosso líder maior – prefeito Isaac Piyãko, que
desde do princípio esteve em constante diálogo com os membros do Legislativo
Municipal e os aguerridos profissionais de saúde, prepara um possível
“LOCKDOWN” (FECHA TUDO) para vigência a partir de sexta-feira, 15/05.
Dias incertos virão, isso é fato! Mas, é fato também que sairemos dessa, o
nosso querido município que venceu tantas outras lutas, vai vencer mais essa –
com a ajuda do bom Pai do Céu e das medidas a serem adotados e devidamente
obedecidas. Sem suma de dúvida, vamos sair dessa pandemia com vida e muita
saúde; assim como vai sair também nosso querido estado do Acre e nossa querida
pátria amada Brasil!
O fato é que existirá um antes e um depois! E
caberá a nós, somente nós tirar lições e aprendizado desses tempos de medo e
insegurança. Sim, ficará um grande legado de lições e aprendizado. Vejo muita
gente falando que quando tudo isso passar vai correr para igreja para adorar a
Deus com toda voz e força que tem, que vai amar mais sua família... Eu discordo
plenamente e totalmente das duas colocações anteriores; pois você não precisa
de uma Igreja/templo para adorar a Deus – a igreja é você, e você pode adorar a
Deus com toda sua força e voz agora, nesse exato momento, em sua casa ou aonde
você estiver. Eu não vou amar minha família mais ainda, por que eu já amo
demais, com toda minha força e com todo meu coração – e esse sentimento nunca
esteve diminuído ou morto, sempre foi grande, sempre foi verdadeiro.
Quando tudo isso passar, vou levar como lição e
aprendizado a certeza ainda mais de que Deus me ama – e que eu posso sentar e
conversar com Ele a qualquer hora, momento ou lugar. Vou apreciar, aproveitar e
dar valor ainda mais os abraços, os beijos, os momentos e carinhos da minha
família. Vou ser grato a Deus pelo meu trabalho – pois muitos perderão os seus.
Vou ser grato pela minha rotina sempre cheia de compromissos e tarefas, que por
vezes me fazem trabalhar os três turnos e dormir altas horas da noite. Vou ser
grato pela liberdade de fazer o que quero, de jogar o futebol com os meus
amigos, com os meus alunos da minha escolinha, vou ser grato pelo direito de ir
e vim a qualquer hora do dia e da noite.
Quando tudo isso passar vou ser grato pela VIDA
pois milhares perderam-nas.... Quando tudo isso passar – como parte do antes,
quero ter aprendido ser mais humano e humilde, e como parte do depois quero
viver ainda mais com intensidade, sem medo, sem reclamar tanto, sem colocar
tantas dificuldades... Sem medo de ser feliz por que eu terei sido capaz de
tirar lições e aprendizados em tempos que muitos só vêm medo e desesperança!
É, foi preciso um vírus para mudar o rumo e a
velocidade das coisas. Para dar uma pausa, para mostrar caminhos, para mostrar
o que realmente importa e o que realmente é verdadeiro. Foi preciso um ser
minúsculo – incapaz de ser visto a olho nu para demostrar o quanto frágil
somos, e quanto precisamos evoluir e aprender.
Textos
e Fotos: Cleudon França (jornalistafranca@gmail.com)
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