Prefeito de Marechal Thaumaturgo - da Etnia Indígena Ashaninka na COP 23 |
Dentro da programação do Amazon
Bonn, dia dedicado aos estados que compõem a Amazônia Legal na COP23, foram
apresentadas experiências de sucesso feitas com recursos do Fundo Amazônia,
programa do governo federal com apoio de países parceiros.
Uma dessas histórias foi o
trabalho realizado pela Associação Ashaninka do Rio Amônia Apiwtxa (termo que
significa união), situada no município de Marechal Thaumaturgo, no Acre, na
fronteira com o Peru. Um dos líderes da comunidade, Isaac Pianko, falou da
importância dos investimentos para a gestão territorial e ambiental em terras
indígenas situadas na região do Alto Juruá.
“Fica fácil para um investidor
apoiar um projeto de uma instituição que sabe o que quer. Nós trabalhamos com
vários parceiros, não apenas o Fundo Amazônia, mas com o governo do estado e
outros parceiros. Acreditamos no bem viver. Não é só em estarmos bem, mas nosso
vizinhos também estarem bem. Temos parceria com nossos irmãos peruanos”,
explica Isaac Pianko.
Com o tema, “Impactos e desafios
do Fundo Amazônia”, o painel em questão, encerrou os debates do Amazon Bonn, e
teve ainda a presença de José Pedro Costa, secretário de Biodiversidade do
Ministério do Meio Ambiente, Jeferson Straatmann, coordenador do Instituto
Socioambiental (ISA) em Altamira (PA) e Victor Salviati, gerente do Programa de
Soluções Inovadoras da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).
Juliana Santiago, chefe do
departamento do Fundo Amazônia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), acredita que os avanços conquistados não apenas pela comunidade
Ashaninka, mas por várias outras comunidades atendidas pelo Fundo, são
significativos e precisam ser reconhecidos pela sociedade brasileira.
“Tecnologias sociais foram
desenvolvidas ao longo dos anos. Aqui temos uma pincelada disso, mas não dá
para ter um quarto de tudo que foi feito. Precisamos também reconhecer o
fortalecimento da gestão das comunidades. Ainda há caminho a seguir.”
Como explicou Juliana Santiago, a
avaliação dos projetos apoiados pelo Fundo, por meio do BNDES, apontou que os
impactos positivos são muitos, mas há ainda desafios a serem vencidos.
Principalmente com relação aos avanços na gestão territorial na Amazônia.
Projeto na Ordem de 6,6 Milhões
O Projeto Alto
Juruá beneficia moradores de duas terras indígenas – a dos
Ashaninka, localizada no Rio Amônia, e a dos Kaxinawá-Ashaninka, no Rio Breu –
e 50 comunidades extrativistas da Reserva Extrativista do Alto Juruá. O
investimento é na ordem de 6,6 milhões de reais.
Ele promove o manejo e a produção
agroflorestal nas comunidades, com o propósito de constituir alternativa
econômica sustentável ao desmatamento, além de apoiar iniciativas de
monitoramento e controle do território e de fortalecimento da organização
local.
Também presente na COP23, Benki
Pianko, outra liderança do povo Ashaninka, comentou o que espera da
conferência que decide parte do futuro do planeta. “Espero que as pessoas
possam nos escutar e nos convidar para fazermos parte dessas negociações. Isso
pode ser muito importante, que é importante, porque nós não estamos aqui
vivenciando estudo acadêmico, nós não estamos vivendo pesquisas, nós (povos
indígenas) estamos vivenciando o real, o que se passa nos territórios indígenas”,
declarou.
Por: Cleudon França.
Informações e Registro
Fotográfico: Agência de Notícias do
Acre.
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