sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O Seringal Que Ficou Para Trás... Que Moldou Personalidades e Marcou a Infância de Tantos!

“A gente brincava na rua, sem medo, e a gente se virava com muito pouco – umas latinhas vazias, algumas bolas de saco, um pedaço de corda -, a gente era feliz por dentro, não importando a riqueza lá de fora”.
Vila Thaumaturgo
Não existe quem, a certa altura da vida, não comece a nutrir saudosismo em relação à sua época de infância, de adolescência, de juventude. O tempo traz muita coisa boa, arruma, ajusta, acerta as contas e vem impregnado de saudades – saudades do que se viveu, do que se fez, dos gostos, dos cheiros, das cores, de gente. Nossas vidas são especiais e, por isso mesmo, permanecem junto a nós, aqui dentro, sempre e para sempre.
Quantas pessoas fazem parte da nossa jornada e vão embora, muitas vezes para nunca mais, e, mesmo assim, tornam-se inesquecíveis? Professores, colegas de escola, familiares, vizinhos, enfim, sempre sorriremos ao nos lembrarmos de gente querida que passou por nós e deixou magia conosco. Sempre teremos de seguir faltando um pedaço, com lembranças apertadas de quem nos tocou fundo o coração.
Lugares, casas de avós, lares, salas de aula, sítios, muitos ambientes preencherão nossas vidas, muitos deles ficando impressos em nossas almas. Quem nunca sentiu um cheiro, como de grama molhada, que evoca as mais tenras lembranças de algum lugar que volta dentro de nós, trazendo nitidamente cada canto, cada sofá, cada janela, cada recanto de jardim por onde fomos felizes, onde a alegria então era uma constante?
E, embora a infância passe rapidamente – enquanto, tolamente, somos crianças ansiando por nos tornarmos adultos -, ela nos deixa recordações do tamanho do mundo, como se uma vida toda não fosse suficiente para aquilo tudo. A gente brincava No terreiro, sem medo, e a gente se virava com muito pouco – umas latinhas vazias, algumas bolinhas de gude, um pedaço de corda, um jogo no campo de futebol improvisado, um banho de rio -, a gente era feliz por dentro, não importando a riqueza lá de fora.
Na verdade, embora nós sempre achemos que o nosso ontem foi o melhor, que nossas lembranças são mais especiais, cada pessoa levará sempre consigo recordações mágicas, lembrando-se com saudade do que viveu, junto de pessoas que valeram a pena. Porque a gente guarda o que alimenta o coração. Porque a gente leva junto do peito quem compartilhou alegria conosco, mesmo que por pouco tempo. É assim, afinal, que a gente se recarrega diariamente e continua seguindo, em busca de ser feliz, na esperança de reviver tudo o que deixou o nosso caminho mais iluminado.
É essa nostalgia e sentimento que sinto e ouço tantos falarem do saudoso Seringal Minais e da Vila Thaumaturgo. Um tempo em que se brincava na rua, sem medo, se virando com muito pouco – umas latinhas vazias, bolas de saco, um pedaço de corda... Um tempo que se era feliz por dentro, não importando a riqueza lá de fora.
Eram tempos sem tanta tecnologia, sem internet, sem computadores, sem celulares, sem tabletes, sem notebooks, sem carros... Mas eram tempos de compaixão, de honra, de respeito, de vergonha, de esforço, de responsabilidades, de verdade, de ética e de modéstia! As fotos daqueles tempos podem estar em preto e branco, mas as memórias com certeza são coloridas!
Hoje os tempos são outros, o Seringal e a Vila ficou para trás... Tempos em que não se pode mais brincar na rua, os jogos mais interessantes são os da internet, os amigos são virtuais... São tempos que não se respeita mais os pais, avós, tios, professores, idosos... São tempos de destruição de princípios, de valores, de conceitos...
Mas vez em quanto o saudoso Seringal e a saudosa Vila volta a nossa memória e as nossas lembranças como doce nostalgia de um tempo que ficou impregnado não apenas em nossas lembranças, mas também em nossa alma, pois foram tempos que moldaram e marcaram nossas vidas, e de alguma forma nos transformaram no que somos hoje!



























Por: Cleudon França.

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