“Mais de um século depois, o palco do ultimo ato da
Revolução Acreana é reconhecido como Patrimônio Histórico”.
Aqui, na confluência das águas do
Rio Juruá com as Águas do Rio Amônia, há 112 (centro e doze) anos atrás se
escreveu o ultimo capitulo da Revolução da Acreana – uma parte esquecida nos
livros de história de nosso estado, mas que o Thaumaturguense tanto se orgulha
e se vangloria pelo fato de ter lutado para ser acreano assim como Acre lutou
para ser Brasileiro.
O
ano era 1904 e o cenário era o saudoso Seringal Minas Gerais, que um dia foi
Distrito e Villa, e, hoje é o Município de Marechal Thaumaturgo, com seus
17.987 moradores orgulhosos de seu passado de lutas e de conquistas.
Tudo começa com a ignoração do Governo Peruano
ao Modus Vivendi, que instala uma
aduana peruana na Foz do Rio Amônia, chamada por eles por eles de Nueva Iquitos, a qual recolhia impostos
dos civis Brasileiros.
O
conflito armado conhecido como a “Batalha do Amônia ou a Guerra da Trincheira” teve
como protagonista principal o militar Thaumaturgo Gregório de Azevedo (na época
Prefeito do Departamento do Alto Juruá) e comandante dos brasileiros o Capitão
Francisco D’Ávila e Silva.
Documentos
e relatos históricos quantificam 50 (cinquenta) Soldados Brasileiros e alguns
civis, contra 80 (oitenta) soldados peruanos. A luta armada durou cerca de 03
(três) dias, sendo intensificado nas ultimas 24 (vinte e quatro) horas, sendo
as trincheiras peruanas localizadas as margens do Rio Amônia (próximo ao porto
da escada Rio Amônia) excelentes para repelir ataques, porém os brasileiros
organizados em três linhas de ataques avistaram na manhã do
dia 05 de novembro de 1904, logo que a cerração se esvaiu e o sol começou a
dardejar luz no cenário da luta, a bandeira branca no mastro do acampamento, em
substituição ao estandarte peruano.
Um
silêncio profundo, depois do toque de alvorada, em ambas as linhas, pairou nos
ares do Amônia – o Seringal Minas Gerais, hoje Cidade de Marechal Thaumaturgo,
era agora território Acreano e Brasileiro.
Era o fim da batalha: o emissário
dos peruanos chegava à Trincheira do Capitão D’Ávila para solicitar armistício.
Ao meio-dia foi assinada a Ata de Paz no barracão do Seringal Minas Gerais,
pelo Comandante Brasileiro e o Major Ramirez Hurtado. No dia seguinte, já de
posse do acampamento peruano, o Capitão D’Ávila recebeu o armamento e a
munição. Vinte e quatro horas mais, os vencidos retiraram-se em ubás, viajando
pelo Juruá, no rumo do Ucayali.
O
conflito armado resultou na morte de 09 (nove) soldados peruanos e muitos
feridos, e, uma morte de brasileiros e poucos feridos.
Mais de
um século depois, a história ganha um novo capitulo – agora, porém de
reconhecimento – de reconhecimento à memória aos bravos militares e civis que ofereceram
suas vidas em luta armada para que esse lugar fosse território acreano e
brasileiro; uma história que poucos conhecem e valorizam.
Um dos capítulos
mais importante da história de Marechal Thaumaturgo é agora Patrimônio
Histórico desse recanto de Acre e de Brasil, que ao por de cada sol escreve um
novo capitulo de uma história de lutas e de grandes conquistas.
A
portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado na ultima quinta-feira, dia
21 do mês e ano em curso, pelo Executivo Municipal (Prefeito Isaac Piyãko) - com o objetivo de fomentar
o Turismo Sustentável, um ponto turístico de resgate e cultura da cidade e
também a preservação da área que estava sendo ocupada sem nenhuma
conscientização.
A
iniciativa é resultado de um Projeto de Lei do Vereador João Luciano, aprovado
por unanimidade pelo Legislativo Municipal em seu ultimo encontro ordinário,
datado no dia 12 de Setembro de 2017.
SEGUE ABAIXO O REGISTRO FOTOGRÁFICO DO LOCAL DA
TRINHEIRA LOCALIZADA AS MARGENS DO RIO AMÔNIA:
Por: Cleudon França.
Registros Fotográficos: João
Paulo Cunha e Arquivo Cleudon França.
Que maravilha de história....
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