Para Poyowari Piyãko, de 19 anos, todos precisam fazer a sua parte para reverter as mudanças climáticas. Ele faz parte do Núcleo de Cidadania de Adolescentes de Marechal Thaumaturgo, no Acre.
Poyowari Piyãko, Indigena Ashaninka - Integrante do NUCA de Marechal Thaumaturgo
Às margens do Rio Amônia, perto da fronteira do
Brasil com o Peru, no estado do Acre, está a aldeia Apiwtxa, do povo indígena
ashaninka. A aldeia fica a cerca de duas horas e meia de distância em barco
pelo rio, quando o nível da água permite, desde o município de Marechal
Thaumaturgo, certificado pela edição 2017-2020 do Selo UNICEF por impulsionar políticas
públicas para crianças e adolescentes. Lá, é onde nasceu e vive Poyowari
Piyãko, de 19 anos.
A rotina de Poyowari na aldeia é parecida com a de
muitos jovens. Ele está terminando o ensino médio na escola do local, trabalha
como jovem aprendiz na comunidade e gosta de tocar violão no seu tempo livre.
E, agora, ele também faz parte do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (Nuca),
iniciativa do Selo UNICEF no
município, que busca melhorar a vida e as oportunidades de crianças e
adolescentes na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro por meio do
fortalecimento das políticas públicas.
Apesar de estar distante do município de Marechal
Thaumaturgo para participar dos encontros do Nuca, Poyowari acompanha as
discussões do grupo e participa sempre que pode. Sua participação já
proporcionou diversas trocas de experiências entre os jovens indígenas e da
zona urbana do município, como um “intercâmbio” que levou jovens da cidade a
conhecer a realidade da aldeia. “A gente
debate sobre os projetos que queremos fazer pros jovens de Marechal
Thaumaturgo, também indígenas daqui e de outras comunidades. É importante
porque os jovens vão ser nosso futuro, e precisamos começar desde agora
ensinando o que devem fazer”, diz.
Um dos temas em que jovens participantes do Nuca
dos 2.023 municípios inscritos na edição
2021-2024 do Selo UNICEF poderão se engajar,
discutir e pensar ações, será mudanças climáticas. Na aldeia de Poyowari, ele
já tem percebido as consequências de muitas delas. “No verão, faz mais calor do que antes, está se estendendo por um tempo
maior. Antes o rio ficava seco, mas não tanto como agora. Isso por causa das
mudanças climáticas, das queimadas. Aqui na região existem muitas queimadas,
pessoas derrubando [árvores] para fazer campo de gado”, conta.
Para ele, ainda há uma forma de mudar essa situação: “Começando pela floresta, tem que replantar”, explica. Agora, participando do Nuca, ele espera que os adolescentes e jovens de Marechal Thaumaturgo também possam aprender a cuidar do que eles têm. “A gente vive na natureza; sem ela, morremos. Sem o ar, morremos sufocados. Tem que ser de cada pessoa pensar uma coisa positiva, nós todos temos que saber o que fazer. Não é só derrubar, não é só matar. Temos que plantar novamente, para no futuro ter um fruto para a gente”, completa Poyowari.
POR:
UNICEF.ORG // CLEUDON FRANÇA //
PHOTOS:
UNICEF.ORG // ALÉCIO CEZAR //
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