A Netflix estreiou mundialmente na
ultima sexta-feira, 12 de abril, a série Casamentos Extremos (Extreme
Engagement, título original). Um dos episódios apresenta parte da cultura e
tradição do povo Ashaninka, no Acre, em uma aventura na Amazônia brasileira.
Durante toda a série, os noivos
Tim Noonan e PJ Madam mostram diferentes culturas ao redor do mundo,
principalmente as tradições de cada povo sobre o casamento. Na comunidade Ashaninka,
o casal vive, entre várias experiências, o poder da espiritualidade da
ayahuasca e ensinamentos que esta prática traz.
A liderança da Aldeia Apiwtxa,
Wewito Piyãko, explica que a produção do episódio durou cerca de um mês e foi
um momento para mostrar ao mundo a cultura de seu povo. “Acompanhamos a equipe
para a preparação de um homem e uma mulher, nas tradições Ashaninkas, até o
casamento. Aprenderam a pescar, caçar, fazer a Piyarentsi [caiçuma, bebida
fermentada de macaxeira] e realizaram o ritual da ayahuasca”, afirma.
A bebida sagrada da ayahuasca
(kamarampi, na língua Ashaninka) é um ensinamento milenar, que remonta das
histórias de criação da vida para o povo Ashaninka. Benki Piyãko, uma das
lideranças espirituais da comunidade, explica parte da história.
“O criador do universo enviou
esta luz para terra para que germinasse vidas. O povo Ashaninka é um dos
guardiões deste conhecimento que nos dá harmonia, paz e nos liga dentro deste
universo. Com o respaldo que a natureza nos dá, hoje, meu povo acredita que
esta é uma planta de consciência com o poder de fazer o homem restaurar seu
mundo”, relata.
O povo Ashaninka, descendente de
grupos Arawak da Cordilheira dos Andes, vive há séculos na Amazônia peruana e
brasileira. O grupo acreano conseguiu, após anos de luta, a demarcação de sua
Terra em 1992. A partir de então, a organização social tem gerado uma série de
ações de fortalecimento cultural e conservação da natureza em todo o entorno.
Para saber mais sobre os projetos desenvolvidos, acesse http://apiwtxa.org.br.
Por: Cleudon França com informações e fotos do Juruá em Tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário