“O que me faz forte? As dores sofridas, as feridas abertas, as palavras
amargas, a ausência cravada na alma. O que me faz melhor? O alívio das dores,
as feridas saradas, a docilidade de um afago, e a sua presença que tanto me
acalma”.
Quando a gente é pequeno temos a mania de cutucar os machucados
que aparecem em nosso corpo.
Se lembra? Quando estava criando casquinha, a gente ia lá e
botava o dedo na ferida, jorrava sangue por todo canto. E
semanas e semanas de processo de cicatrização eram jogados fora por minutos de
um estranho ‘prazer’ em tirar a tal da casquinha da ferida que se formou.
Parece que mesmo já crescidos não perdemos essa mania de
interromper todo o processo de cura no meio e colocar o dedo na ferida que está
quase se fechando.
Pode perceber. Ficamos dias, semanas, meses sem fazer para nós
mesmos o que nos causa certa dor. Mas de repente estamos lá, cutucando os
machucados e vendo o sangue jorrar novamente. Pode
ser fuçar as redes sociais de alguém do passado, mandar uma mensagem e se
arrepender depois, ver fotos antigas, ficar se perguntando o que poderia ter
sido diferente.
A gente pega todo o processo de cura – que costuma ser demorado
e dolorido – e joga no lixo. Apenas para trocar meias palavras com a pessoa, ou
para saber como ela está, qualquer informação inútil
que te fará seguir por outros dias, semanas e meses com dor e paranoia na
cabeça.
Vale a
Pena?
Quando você coloca
o dedo na ferida, não adianta, vai sangrar, vai doer, vai demorar mais um bocado de tempo para ela se fechar
novamente. E quanto mais você mexe, pior ela fica e mais feia ficará a
cicatriz. Mais traumatizante ainda será o processo de cura. Não cutuque o que ainda sangra. O
que ainda tem poder de criar outros machucados em seu peito.
Não jogue fora um processo longo de cicatrização por minutos de
conversa à toa. Por novidades sobre alguém que você não precisa mais saber.
Quando somos criança, os pais ensinam a não colocarmos o dedo na ferida. Quando crescemos, precisamos ensinar à nós mesmos a não voltarmos para o que nos feriu.
Quando somos criança, os pais ensinam a não colocarmos o dedo na ferida. Quando crescemos, precisamos ensinar à nós mesmos a não voltarmos para o que nos feriu.
Cada dia longe das coisas ou pessoas que te feriram no passado, é mais
um dia de desintoxicação. Você está deixando que saia ai de
dentro o peso de carregar a dor, seja a dor da despedida, das mentiras que te
contaram, dos medos que você superou, de dizer tchau antes da hora, qualquer
que seja a dor que esteve algum dia em seu peito, ela vai saindo dia após dia.
Portanto, não abra novamente espaço para que ela encontre
caminho para retornar para dentro de você. O tempo só vai curar aquilo que você permitir. Não
cutuque as feridas que estão quase se fechando. Valorize o processo da cura que
você está passando. Por mais atrativo que o passado possa parecer em
alguns momentos, lembre-se que você não vive mais lá.
A
TODOS OS AMIGOS E LEITORES, UMA ÓTIMA E EXCEPCIONAL SEMANA!
BY
CLEUDON FRANÇA
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