“As boas coisas acontecem
para aqueles que esperam. As melhores coisas acontecem para aqueles que
levantam e vão à luta”.
Imagem do Filme "Extraordinário" |
Abençoados
os que enxergam com o coração, além das aparências, pois são essas pessoas que
ajudam a vida a se tornar menos densa, menos triste, menos má. São essas
pessoas que ajudam a se abrirem os caminhos de luz a que todos temos o direito
de atravessar, não importando se somos belos ou ricos ou qualquer outra coisa.
O filme
“Extraordinário”, baseado em best-seller de R. J. Palacio sobre o bullying
sofrido por um garoto, Auggie, nascido com uma síndrome genética rara, que lhe
deforma a feição, é daquelas películas agradáveis e aparentemente leves, mas
que nos levam a refletir sobre várias questões que envolvem a convivência, a
aceitação, a autoestima, a paternidade/maternidade, entre muitas outras. Tudo,
ali, é o que parece, e muito mais.
Já é
ponto pacífico o fato de que, hoje, mais do que nunca, as aparências acabam
balizando fortemente os valores que permeiam os relacionamentos entre as
pessoas, em vários níveis. Supervalorizada, a beleza física estampa toda e
qualquer instância midiática, sendo como que obrigatória às pessoas, não
importando a competência que se tenha: cantores, artistas, apresentadores,
qualquer figura que se destaca midiaticamente, por exemplo, embeleza-se,
emagrece, clareia os dentes, e por aí vai.
Não
basta ser um bom ator, é preciso ser belo. Não basta ter uma voz maravilhosa, é
preciso ser belo. Esvaziam-se, assim, os valores que não são vistos, enquanto
que a estética se sobrepõe à essência, ao que se é realmente. Da mesma forma,
cresce a importância exagerada conferida ao poder de compra de cada um, sendo
que até há quem sobreviva apenas sendo alguém rico e bem relacionado, com
milhares de seguidores pelas redes sociais.
Daí o
sofrimento por que passa a personagem Auggie, cuja aparência é desagradável,
por fugir a qualquer padrão, uma vez que poucos se lançam além do que conseguem
enxergar superficialmente, poucos se demoram junto ao outro, para que consigam
estabelecer vínculos com aquilo que temos de melhor e que se encontra
exatamente aqui dentro, onde os olhos não alcançam. Os espectadores do filme já
de início veem a beleza que possui o garoto, por isso sofrem junto com ele, por
tudo o que enfrenta na escola.
Assistindo
ao filme, sofremos porque também refletimos sobre o quanto nos comportamos como
os colegas de Auggie e sobre nossas próprias lutas para sermos aceitos, desde
sempre. Quantas e quantas vezes não tentamos agradar aos outros, inventando um
exterior que tromba com nossa essência? Quantos de nós não relutamos em nos
aceitar exatamente como somos, por conta de estereótipos midiáticos a que
poucos conseguem corresponder naturalmente? Por isso é que torcemos e vibramos
por cada conquista do garoto, por cada um que o enxerga, não com os olhos, mas
com o coração. Porque é assim que queremos também ser vistos.
“Abençoar”
é uma palavra que vem do latim benedictio, ato de abençoar, que contém bene,
bem, e dictio, de dizer. Ou seja, quem “diz o bem”, ao mesmo tempo abençoa e é
abençoado, porque enxerga o lado bom de cada coisa, de cada pessoa, dessa forma
agregando amor, ajudando, tornando o mundo melhor. Portanto, abençoados os que
enxergam com o coração, além das aparências, pois são essas pessoas que ajudam
a vida a se tornar menos densa, menos triste, menos má. São essas pessoas que
ajudam a se abrirem os caminhos de luz a que todos temos o direito de
atravessar, não importando se somos belos ou ricos ou qualquer outra coisa.
A
todos os amigos e leitores do blog, uma ótima e abençoada semana!
Por:
Cleudon França (Fonte: ContiOutra).
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