“A 15ª EDIÇÃO FESTIVAL DAR-SE EM MEMÓRIA AO CACIQUE
TUIKURU YAWANAWÁ”
Para quem já teve ou tem a oportunidade de conhecer
o Acre, tendo como foco suas florestas e os povos que ali habitam, fica
impressionado com o dinamismo e a vivacidade que movimentam este “mundo
paralelo”.
Sempre está acontecendo algo interessante, seja
numa aldeia indígena, seja numa comunidade de extrativista, seja numa das
centenas de irmandades do daime espalhadas pelas cidades do Estado.
Assim, dando mais cor e movimento a este dinamismo,
nesta semana em andamento, temos a realização do XV Festival Yawa, realizado
pelo povo Yawanawá, aldeia Nova Esperança, TI Rio Gregório, próximo ao município
de Tarauacá. Evento que ocorre de 25 a 31 de outubro.
O FESTIVAL
YAWA
Em 2002, como parte da luta
pela revitalização da cultura, massacrada pela colonização do passado, reuniu-se
todo o Povo Yawanawá na aldeia
Nova Esperança, aonde durante uma semana lembraram suas danças, cantos, brincadeiras,
comidas tradicionais e rituais.
A partir daí, todos os
anos o Povo Yawanawá volta a se
reunir para firmar sua cultura, sua
espiritualidade, aonde convidam outros parentes de outros Povos e amigos para juntos,
celebrar as suas tradições, com a energia e a força da floresta.
Durante o Festival acontecem várias atividades como: danças
do mariri, rodadas de músicas antigas, histórias de antigamente, muitas
brincadeiras da tradição do Povo Yawanawá... E rituais de Uni e Humê (cipó e rapé) com os pajés
Yawanawa.
Também como parte da
programação do Festival é servidas comidas da Culinária Tradicional Yawanawá, exposições dos Artesanatos da aldeia e Pinturas Corporais com os Kenes
Yawanawás.
É ainda durante o festival
é provido o intercâmbio entre outros povos, e convidados, aonde é cedido um
espaço para que façam apresentações com suas músicas e danças.
QUEM SÃO
OS YAWANAWÁS
Desde os tempos
imemoriais, os, Yawanawás ocupam as cabeceiras do Rio Gregório, afluente do Rio
Juruá, município de Tarauacá, no estado do Acre – Amazônia Ocidental.
São do tronco lingüístico
Pano. Sua população hoje é de aproximadamente 1000 pessoas, morando em sete
aldeias.
Foram muito numerosos
no passado. No entanto, muitos foram dizimados pelos impactos trazidos pela
colonização. Os primeiros contatos dos Yawanawás com os não indígenas
foram com os seringalistas, por volta do início do século XX, quando estes
vieram explorar a borracha na Amazônia.
Durante um longo
período, mais de três décadas, os Yawanawás foram forçados a conviver com todo
tipo de abuso dos seringalistas e mais tarde dos missionários, da Missão Novas
Tribos do Brasil, os quais tinham o propósito de “evangelizar” os indígenas.
Pelos patrões
seringalistas foram escravizados, tendo que realizar todo tipo de serviço que o
sistema seringalista exigia.
Pelos missionários foram
submetidos à pratica da religião cristã que considerava as práticas espirituais
dos índios manifestações do diabo.
Durante um longo
período sofreram muitas influências de outros universos culturais, bem como,
dispersão das famílias, com casamentos inter-étnicos, entre índios e brancos e
muitas famílias vivendo fora da aldeia.
A partir de 1984, após
anos de escravidão e muitas lutas, reconquistam parte de seus territórios e a
demarcação da terra, com apoio da Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
Foi a partir daí que
reconquistaram seus direitos como Povo, retirando os missionários de suas
Terras e dando início a revitalização de sua cultura, de sua língua, guardada
na memória de seus parentes mais velhos.
Outra conquista
importante foi o direito a educação escolar diferenciada, com formação também
diferenciada de professores Yawanawás. Essa conquista lhes incentivou a
revitalizar seus conhecimentos tradicionais, mantendo viva a memória ancestral
do povo Yawanawá. Os Pajés ou líderes espirituais também se empenharam na
missão de ensinar aos jovens da aldeia a educação tradicional Yawanawá.
Atualmente suas
famílias estão distribuídas nas comunidades Nova Esperança, Mutum, Escondido,
Tibúrcio, Amparo e Matrinchã e vivenciando um novo processo de organização
social, embora mantendo aspectos que se considera importantes da sua
organização tradicional.
Sua organização
tradicional tem como missão manter o Povo Yawanawá unido, em harmonia, forte
cultural e espiritual; manter a ordem e o respeito entre as famílias e ter
muita fartura de alimentos para toda a comunidade.
Em 2003 fundaram a
Cooperativa Yawanawá – COOPYAWA, administrada atualmente por sua diretoria e
pelo cacique NixiWaka (Biraci Brasil).
Através dessa
organização viabilizaram seus projetos econômicos e culturais.
Um deles, o projeto de
Etno-Turismo. O Festival Yawa é uma de suas atividades dentro desse projeto de
Etno-Turismo dos Yawanawa.
SEGUE ABAIXO O REGISTRO FOTOGRÁFICO DO REFERIDO FESTIVAL:
POR: CLEUDON
FRANÇA.
PHOTOS: RETIRADAS
REDE SOCIAL FACEBOOK DO DR. JENILSON LEITE E SITE WWW.FESTIVALYAWA.ORG.
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