O Distrito Thaumaturgo, que depois foi Vila é hoje é o Município de Marechal Thaumaturgo |
O que é um povo sem sua memória
cultural? Para Ricardo Maria Louro: “Um
povo sem história, é um povo sem alma”. Para Marcus Garvey: “Um povo sem conhecimento de sua história,
origem e cultura, é como uma arvore sem raízes”. Já Dom Bertrand de Orleans
e Bragança vai além: “O resgate e
registro da história é absolutamente fundamental para um povo. Quem não sabe de
onde veio, não sabe para onde vai”!
O município de Marechal Thaumaturgo tem
uma história única e especial. Nenhum outro município do estado, região ou país
tem essa história. Uma história escrita por homens e mulheres que não são
lembradas ou citadas nas páginas dos livros, revistas ou tabloides; mais que
deram uma inestimável contribuição para a atual cidade que conhecemos e
vivemos.
Nós lutamos para sermos acreanos assim
como o acre lutou para ser brasileiro. Lutamos para conquistamos nosso
território. Homens e mulheres, seringueiros e militares uniram forças para
expulsar o audaz estrangeiro. Lutamos pela nossa emancipação política e
administrativa. O espirito guerreiro e lutador está na alma de cada
thaumaturguense – nobres homens e mulheres, detentores de nossa memória e
história que estão partindo ano após anos.
Então a pergunta é: quem estar registrando nossas memórias e a
nossa história? Como estar e somo será transmitido as gerações presentes e
futuras. Nossas crianças e jovens conhecem a história de nosso munícipio e de
quem tanto lutou para construir – nossos memoráveis guerreiros e guerreiras
estão sendo reconhecidos, lembrados e valorizados?
As indagações desse texto é mais do que
uma sustentação de fundamentos que levam a reflexão; é o contexto de uma dívida
histórica com um município e seu povo. É a reflexão de uma grande e histórica
falha - de não registro e não resgate da história de um lugar e seus
antepassados.
Somos o município que lutou para
conquistar seu território – pegou em armas, batalhou, lutou e venceu, somos o
município de um dos maiores legados de Chico Mendes – Reservas Extrativistas;
foi aqui que se instalou a primeira, a Reserva do Alto Juruá, somos o município
do primeiro Jornal impresso do Acre (O Progresso), somos o único munícipio com
a presença de 05 (cinco) povos indígenas (Ashaninkas, Arara, Jaminawa,
Kuntanawa e kaxinawá), somos o município do Parque do Divisor, somos o
município dos verdadeiros povos da floresta.
Temos uma história única e incomparável, que estar se indo junto com a memória de nossos guerreiros e guerreiras, que com o passar do tempo nos estão deixando órfãos de suas presenças, conhecimentos e história do nosso lugar. Esse texto é mais do que uma reflexão, é uma indagação que precisa de resposta; caso queiramos nos conectar como nossa alma, fixar nossas raízes e sabermos para onde vamos, por que vamos e como vamos.
Por: Cleudon França.
Photos: Arquivo Pessoal (Autores Diversos).
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